Lula usa RS para cobrar redução de juros pelo Banco Central

O presidente Lula (PT) usou nesta quarta-feira (29) como gancho a crise no Rio Grande do Sul para cobrar o Banco Central para uma nova redução na taxa de juros.

O que aconteceu

Crítico da política de juros do BC, Lula mandou o recado a Roberto Campos Neto em fala no Planalto. "Eu espero que o presidente do Banco Central veja a nossa disposição de reduzir a taxa de juros [do BNDES] e ele, quem sabe, colabore conosco reduzindo a taxa Selic para a gente poder emprestar a taxa de juro mais barata, spread mais barata", cutucou.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reduziu a taxa no início de maio. Foi reduzida em 0,25 ponto percentual, de 10,75% ao ano para 10,5% ao ano. Foi a sétima queda consecutiva, mas com ritmo reduzido.

Lula tem criticado Campos Neto com frequência. "O presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com essa taxa de juros muito alta é povo brasileiro, é o empresário que não consegue dinheiro para investir", disse o presidente.

O mercado está ganhando muito dinheiro com essa taxa de juros. Isso é que tem que ficar claro para a sociedade.
presidente Lula

Crédito para empresas e desconto em eletrodomésticos

O Ministério da Fazenda anunciou hoje R$ 15 bilhões em linhas de financiamento para empresas do estado. Por meio do Fundo Social, o valor deve ser voltado à compra de máquinas, financiamento a empreendimentos, como construções, e capital de giro emergencial.

Na fala, Lula fez referência à taxa estipulada pelo BNDES no pacote de hoje. Para compra de máquinas, equipamentos e serviços e para financiamento de empreendimentos, o custo base será de 1% ao ano + spread bancário.

Lula pediu ainda a redução do preço de eletrodomésticos de linha branca no estado. Segundo a Casa Civil, o governo já articula junto ao setor um desconto de 15% na venda.

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Ao todo, o governo já destinou cerca de R$ 62,5 bilhões em investimentos conjuntos para a reconstrução do estado. Faz quase um mês do início das chuvas. Segundo a Casa Civil, mais de 83 mil pessoas foram resgatadas e 7,7 mil toneladas de alimentos e 8 milhões de medicamentos, transportados.

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