Oito em cada dez escolas avaliam reajustar mensalidades em até 10%

Os pais de alunos matriculados em instituições particulares de ensino podem começar a preparar o bolso para o reajuste das mensalidades em 2025. Segundo pesquisa realizada pela empresa de gestão Meira Fernandes, 98,3% das escolas admitem que elevarão o valor dos boletos no próximo ano. Para 83,8% dos colégios, os reajustes podem alcançar até 10%.

O que aconteceu

Estudo revela que escolas particulares vão realizar reajustes. Entre as 1.500 instituições de ensino pesquisadas, apenas 1,67% negam a correção no valor das mensalidades em 2025. Para 30% das escolas, o aumento a ser aplicado vai variar entre 9% e 10%.

Reajustes acima de 10% são planejados por 15% das instituições. Entre as escolas do grupo 5,83% estimam aumentos entre 10% e 11%, 5% preveem variação de 11% a 12% e 4,16% preparam alta acima de 12% no próximo ano.

Salário dos professores e investimentos justificam aumentos. Segundo o estudo, as escolas que preparam reajustes atribuem a decisão à necessidade de elevar a remuneração dos colaboradores e os gastos para atender a surpreendente alta de laudos emitidos para alunos especiais.

Pesquisa consultou instituições de nove estados brasileiros. As instituições de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás e Paraná representam 70% de todas as escolas privadas do Brasil e são responsáveis por mais de 66.290 matrículas.

Metade das escolas tem 4% ou mais de atraso nas mensalidades. A pesquisa também levantou o nível de inadimplência nas instituições de ensino. Entre as escolas, 20% relatam que as dívidas variam entre 4% e 5%. Outros 27,5% sofrem com inadimplência superior, de até 10%. Para a entrada de 2025, a expectativa é de que os atrasos sejam entre 1% e 3%.

Tratamentos especiais

Diagnósticos de alunos especiais aumentam custos das escolas. A pesquisa menciona a necessidade de adaptação como um entrave na situação financeira das instituições. "Nunca um tema teve tanto impacto jurídico e financeiro como este", afirma Mabely Meira Fernandes, diretora jurídica da consultoria responsável pelo estudo.

Esses investimentos para melhor acolher, ensinar e servir precisam ser mostrados e compartilhados, não é apenas uma questão financeira que está em discussão, já que 96,97% delas apontaram impacto em sua operação nessa situação, mas sim a evolução do processo de inclusão da educação brasileira.
Mabely Meira Fernandes, diretora jurídica da Meira Fernandes

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Situação exige procura por maior equilibro financeiro. Mabely explica que adaptação estrutural e do corpo pedagógico das escolas foi diretamente afetado. Ela recorda que os custos não eram previstos no ano passado, quando os valores foram pensados, e justificam os reajustes programados para 2025.

Número de alunos com tratamento diferenciado aumentou entre 5% e 20% em 38% das escolas. Os principais diagnósticos envolvem diagnósticos estão relacionados ao Transtorno do Espectro Autista (44,1%), ao Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (41,2%) e ao Transtorno de Desenvolvimento Intelectual (14,7%).

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