PIB do Brasil cresce 1,4% no 2º trimestre e avança 3,3% em um ano
A economia brasileira cresceu 3,3% no segundo trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado, mostram dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já em relação aos primeiros três meses deste ano, o PIB (Produto Interno Bruto) nacional avançou 1,4%. Ambos os resultados superam as expectativas do mercado financeiro.
O que diz o PIB
A soma de todos os bens e produtos finais da economia brasileira aumentou 3,3% em um ano. A variação do segundo trimestre considera uma comparação com o mesmo intervalo do ano passado. As expectativas do mercado financeiro apontavam para um avanço de 2,7% na base de comparação.
Resultado representa a 14ª alta do PIB na comparação com o mesmo período do ano anterior. A última queda na base de comparação foi registrada no quatro trimestre de 2020 (-0,3%). No período, a economia sofria com os impactos da pandemia do novo coronavírus.
Economia nacional cresceu pelo segundo trimestre seguido na comparação com os três meses anteriores. O PIB brasileiro avançou 1,3% entre abril e junho, ante a alta de 1% apurada nos primeiros três meses deste ano. O desempenho confirma uma retomada após uma estagnação apurada no segundo semestre do ano passado.
Indústria (+1,8) e serviços (+1%) estimulam o resultado positivo. Os setores foram os que mais contribuíram para a elevação do PIB acima da expectativa de alta de 0,9% ante os três meses anteriores. Por outro lado, a participação da agropecuária encolheu 2,3%.
Com o fim do protagonismo da agropecuária, a indústria se destacou nesse trimestre, em especial na eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na construção.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE
Na comparação anual, os destaques foram os mesmos. Enquanto a indústria avançou 3,9%, o desempenho do setor de serviços, responsável por quase 70% da economia nacional, cresceu 3,5%.
Agropecuária, houve um recuo de 2,9% na comparação anual. Segundo o IBGE, o movimento negativo é justificado pelos recuos da produção de soja e milho devido a "condições climáticas adversas". A perda escondeu o bom desempenho da pecuária e de outras culturas, como o algodão e o café.
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,89 trilhões no trimestre. O total supera em 6,4% a divulgação referente aos primeiros três meses deste ano (R$ 2,71 trilhões) e em 6,9% a soma obtida no segundo trimestre de 2023 (R$ 2,7 trilhões).
Mercado financeiro aposta em avanço de 2,46% do PIB neste ano. A projeção dos agentes financeiros é mais otimista. No Relatório Trimestral de Inflação divulgado em junho, o BC (Banco Central) sinalizou para um crescimento de 2,3% da economia nacional em 2024. Para o FMI (Fundo Monetário Internacional), a alta do PIB brasileiro é estimada em 2,4%.
Demanda em alta
Os três componentes utilizados para medir o PIB pela ótica da demanda cresceram. Os destaques ficam por conta do aumento do consumo das famílias, das despesas do governo e da formação Bruta de Capital Fixo. Os indicadores avançaram tanto na base de comparação anual quanto na análise ante o trimestre anterior.
Juros mais baixos, melhora do mercado de trabalho e disponibilidade de crédito contribuem. Segundo Palis, houve ainda "a alta dos investimentos, beneficiados pelo crescimento da importação e a produção nacional de bens de capital, o desempenho da construção e, também, o desenvolvimento de software".
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Quero receberMaior consumo das famílias auxilia no desempenho do setor de serviços. Dentro do setor, foram registradas variações positivas de seguros e serviços relacionados (+4%), informação e comunicação (+6,1%), comércio (+4%) e atividades imobiliárias (+3,7%).
O que é o PIB
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período. Divulgado no Brasil pelo IBGE a cada três meses, o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais é calculado a partir de uma fórmula que considera os consumos das famílias e do governo, os investimentos e as exportações líquidas.
A pesquisa foi iniciada em 1988, mas sofreu alterações ao longo dos anos. A primeira reestruturação ocorreu em 1998, quando os seus resultados foram integrados ao Sistema de Contas Nacionais, de periodicidade anual. Em 2015, uma nova alteração estabeleceu o ano de 2010 como referência para os cálculos.
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