Produtores de cana: prejuízo por queimadas em SP sobe e chega a R$ 1,2 bi
Os produtores de cana-de-açúcar aumentaram mais uma vez a projeção de prejuízos causados pelas queimadas em São Paulo. A estimativa é de perdas de mais de R$ 1,2 bilhão. Até o dia 3 de setembro, a estimativa era de prejuízos de R$ 800 milhões. O novo levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (13) pela Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil).
O que aconteceu
Os dados são do dia 23 de agosto a 10 de setembro. Foram identificados 3.000 focos de incêndios, que geraram mais de 181 mil hectares queimados em áreas de cana-de-açúcar e áreas de rebrota de cana no estado de São Paulo. A base de dados utilizada pela Orplana é a de um conjunto de satélites que fazem a verificação das áreas.
Pela espectrofotometria é possível ver a diferença das áreas onde tinha cana e onde não tem e também o que aconteceu com a cana, se queimou, se mudou
José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana
São Paulo é responsável por 53,2% da produção nacional de cana. O estado é o maior produtor do país e as regiões em que há maior concentração dos canaviais são Ribeirão Preto, Piracicaba, Araraquara, Araç atuba, Presidente Prudente e São José do Rio Preto. A Orplana conta com 35 associações de fornecedores de cana e representa mais de 12 mil produtores de cana-de-açúcar.
Produtores ainda estão buscando entender a magnitude dos prejuízos. Nogueira diz que o custo de implantação na renovação do canavial é de cerca de R$ 13,5 mil por hectare e que será preciso lidar com as cinzas das plantações que ficaram das queimadas.
Mesmo naquela rebrota que ainda vai continuar viável, que não vai precisar do replantio, pode ser que precise de manejo e nutrientes, em que os custos também impactarão. Isso porque o colchão de palha que havia ali auxiliava contra plantas daninhas, na retenção de água e na matéria orgânica do solo.
João Nogueira, CEO da Orplana
Ainda não se sabe se as queimadas vão impactar a próxima safra. Segundo Nogueira, ainda é cedo para entender o que vai acontecer no futuro.
A taxa de plantio, a área a ser disponibilizada para colheita no próximo ano e o cenário de clima seco, podem sim impactar a safra futura, mas ainda é muito cedo para qualquer previsão, pois vamos depender de como virão as chuvas e climas para os próximos meses.
João Nogueira, CEO da Orplana
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