Antes da Super Quarta, Bolsa tem queda e dólar fica abaixo de R$ 5,50

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou o pregão desta terça-feira (17) em baixa. O Ibovespa teve queda de 0,12%, indo a 134.960 pontos. Na véspera da Super Quarta, quando acontecem decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, as apostas por um corte de meio ponto percentual na taxa americana já são majoritárias — o que fez o real se valorizar. Com o segundo dia seguido de feriado no Oriente, o Ibovespa não teve força para subir.

O dólar terminou o dia em baixa de 0,39%, a R$ 5,488. O dólar turismo ficou cotado a R$ 5,70.

O que aconteceu

Nos EUA, 67% dos investidores acreditam num corte de 0,50 ponto percentual amanhã pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Os dados são da ferramenta CME FedWatch. O banco central americano anuncia a nova taxa de juros às 15h. Atual fica entra 5,25% e 5,50% ao ano.

Nesta terça-feira, mais um ex-presidente regional do Fed defendeu o maior corte. "Se eu estivesse sentado à mesa, estaria defendendo 50 nesta reunião", disse Robert Kaplan ex-presidente do Fed de Dallas disse à CNBC. "Acho que o Fed pode estar uma reunião ou mais atrasado, e se eu pudesse fazer de novo, eu preferiria que tivéssemos começado o corte em julho, não em setembro."

Corte maior ainda

Três senadores democratas dos Estados Unidos pediram que o Fed faca um corte 75 pontos-base. Os senadores Elizabeth Warren, Sheldon Whitehouse e John Hickenlooper enviaram uma carta nesta segunda-feira (16), ao presidente do BC americano, Jerome Powell, com o pedido. "Há meses, pedimos que o Fed corte as taxas de juros", afirmam os senadores na carta, alegando que o nível restritivo da política monetária não está "endereçando efetivamente" os catalisadores da inflação - como custos de moradias.

E aqui?

No Brasil, o mercado projeta um aumento de 0,25% na Selic. Esse corte seria apoiado pelos dados do último Boletim Focus, que indicam expectativas de inflação, diz Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, empresa de ouro e câmbio.

Quanto maior o corte nos EUA, melhor para o Brasil. Isso porque os investidores poderão sair dos EUA em busca de melhores rendimentos e assim, convergir para mercados emergentes.

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Caso o corte seja pequeno haverá frustração no mercado, o que retomaria o ciclo de alta da moeda americana. "Se o corte for de 0,25, o que se imagina é que o dólar, num primeiro momento, se a aprecie suavemente em relação ao real, diz o economista Bruno Corano. Entretanto, há mais fatores que podem interferir na cotação, segundo ele.

Mais dados de inflação

As vendas no varejo nos EUA aumentaram 0,1% para US$ 710,8 bilhões em agosto nos EUA. Segundo o departamento de estatísticas americano, essa leitura seguiu o aumento de 1,1% registrado em julho e veio melhor do que a expectativa do mercado de um declínio de 0,2%.

No mercado nacional, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) desacelerou de forma acentuada em setembro. O indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV) teve alta de 0,18%, após avançar 0,72% no mês anterior. O resultado veio bem abaixo do esperado por analistas. As projeções variavam de queda de 0,04% a alta de 0,21%.

Por que a Bolsa caiu hoje?

No Oriente, é feriado hoje no Japão e na China. Isso esvazia bem as negociações na Bolsa de São Paulo. Na segunda-feira (16), quando também foi feriado nesses países, o volume de negociações foi de R$ 15,8 bilhões, segundo a B3 — abaixo da média de setembro (R$ 18,3 bilhões) e bem inferior à média do ano (R$ 23,2 bilhões). Conforme dados preliminares, o volume hoje foi de R$ 14,8 bilhões.

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O petróleo, que abriu o dia em queda, fechou em alta. O tipo Brent teve alta de 1,28%, a US$ 73,70 o barril. Mesmo assim, ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), que correspondem a 11,86% do Ibovespa, tiveram baixa. PETR3 fechou em R$ 40,39, com baixa de 0,93% e PETR4 perdeu 0,70%, indo a R$ 36,95, conforme dados preliminares.

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