Clientes da Enel na Argentina sofrem ainda mais com apagões que brasileiros

Os clientes da Enel na Argentina sofrem ainda mais com apagões do que os brasileiros. Ou seja, a situação da distribuição de energia nas regiões em que a empresa opera no país vizinho mostra que o que está ruim sempre pode ficar pior. A Argentina tem interrupções de energia com maior frequência e maior duração dentre os mercados atendidos pela Enel em todo o mundo, segundo dados internacionais divulgados pela empresa a investidores.

O que dizem os dados

Clientes na Argentina tiveram em média 7,9 interrupções de energia em 2023. A situação piorou drasticamente em relação a 2022, quando ocorreram em média 5,3 interrupções (alta de 49%).

O país tem a maior frequência de interrupções dentre os atendidos pela Enel. A empresa atua na distribuição de energia em oito países: Itália, Espanha, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Romênia.

Brasil é o terceiro com maior frequência de falhas. Os clientes brasileiros tiveram em média 3,7 interrupções de energia em 2023. A situação foi melhor do que em 2022, quando foram registradas 4,5 interrupções por consumidor brasileiro. O segundo país com mais interrupções é a Colômbia, com 4,6 interrupções em 2023.

Os países com menor número de interrupções foram Espanha e Chile (1,2 interrupção). Na Itália, sede da companhia, houve em média 1,7 interrupção por cliente. No Peru, foram 2,7, e na Romênia, 2,1.

Média de 19 horas sem energia

Clientes argentinos ficaram em média 19 horas sem energia em 2023. A duração da queda de energia no país vizinho teve alta de 31% em comparação com 2022. O país tem a maior duração de interrupções dentre os atendidos pela Enel.

Clientes da Enel no Brasil ficaram em média sete horas e 40 minutos sem energia elétrica em 2023. Isso inclui o apagão de novembro, que deixou moradores de São Paulo sem energia por quatro dias. Ainda assim, a média foi menor do que em 2022, quando chegou a nove horas.

O Brasil é o terceiro país atendido pela Enel com maior duração das interrupções no fornecimento de energia. O país com o segundo maior tempo de interrupções foi o Peru, com quedas de em média dez horas por consumidor.

Continua após a publicidade

Os países com as interrupções mais curtas na média são Itália (45 minutos) e Espanha (uma hora). Na Romênia, as interrupções foram de em média uma hora e 11 minutos por consumidor. No Chile, o tempo médio foi de duas horas e, na Colômbia, de quase seis horas.

A empresa destaca a melhora do serviço no Brasil. O relatório da Enel sobre o tema destaca a melhora da qualidade do serviço no Brasil e no Chile entre 2022 e 2023.

Ela atribui a piora da qualidade do serviço na Argentina a eventos climáticos adversos. Os dados são do Relatório Anual Integrado da Enel para 2023.

Apagão em São Paulo

Cerca de 36 mil imóveis continuam sem energia elétrica nesta quinta-feira (17) em São Paulo. O apagão ocasionado pelo temporal que atingiu a cidade na última sexta-feira (11) deixou 3,1 milhões de clientes da concessionária sem luz. A atuação da empresa tem sido criticada em diversas esferas do governo.

Técnicos de outras companhias ajudam a Enel. Em entrevista na tarde de segunda, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que 400 técnicos de outras concessionárias também viriam a São Paulo para auxiliar no restabelecimento da luz.

Continua após a publicidade

Profissionais da Enel em Chile, Argentina, Itália e Espanha também foram convocados. Eles vão somar ao time de técnicos da empresa em outros estados brasileiros que já estão na capital paulista.

Ventos mais fortes desde 1995. A tempestade que atingiu São Paulo na sexta-feira (11) deixou ao menos sete pessoas mortas na Grande São Paulo. Os ventos, que ultrapassaram 107 km/h, foram os mais fortes em três décadas, segundo a Defesa Civil. As regiões oeste e sul da cidade foram as mais atingidas, assim como Carapicuíba, Taboão da Serra, Cotia, Osasco e Barueri.

Deixe seu comentário

Só para assinantes