Bitcoin cai com Trump e Milei, mas ainda é considerado bom investimento

A queda no valor do Bitcoin em fevereiro e uma redução na negociação da criptomoeda é vista por especialistas ouvidos pelo UOL como algo natural após um começo de ano extremamente valorizado.

As taxas de Donald Trump nos Estados Unidos também impactaram o valor, enquanto o escândalo do "memecoin" de Javier Milei na Argentina provocou desconfiança.

O que aconteceu

Valor do Bitcoin caiu 10% em fevereiro em comparação com janeiro. A criptomoeda passou a valer R$ 534,4 mil, contra R$ 607,3 do começo do ano. O total negociado em fevereiro foi 8,6 mil BTC (sigla para o Bitcoin), um total de R$ 4,7 bilhões, valor 29,4% menor que em janeiro. Os dados são do Biscoint, ferramenta de análise do mercado cripto do Brasil, e foram levantados pelo Bitybank.

Apesar da queda, movimento não deve ser observado com preocupação, já que representa um ciclo natural do Bitcoin. Avaliação é de Israel Buzaym, direitor de comunicação do Bitybank. Ele explica que muitos investidores aproveitaram a valorização da criptomoeda no final do ano passado para conseguir maximizar os lucros, e considera que a diminuição na média diária negociada sugere menor participação ativa dos investidores.

"Piratas virtuais" fizeram grandes roubos em 2024, o que ajudou a afastar investidores. Um ataque hacker na exchange de criptomoedas Bybit, que desviou mais de US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 813 bilhões) no segundo semestre do ano passado, foi responsável por 60% de todo o dinheiro roubado por ataques cibernéticos.

"Memecoins" viralizam, mas causam estragos. Também no fim do ano, uma polêmica provocada por Javier Milei, presidente da Argentina, que anunciou nas redes sociais uma criptomoeda que foi comprada por milhares de cidadãos, e que desvalorizou em poucos minutos, são fatores apontados por Buzaym para um aumento da desconfiança. Só que o diretor acredita que situações como essa podem voltar a acontecer, talvez não com tanto impacto financeiro.

Acredito que essa tendência deve continuar ao longo de 2025, com recém-chegados tentando encontrar a próxima cripto explosiva que pode multiplicar os ganhos. A credibilidade do mercado cripto não é abalada por casos isolados, mas a atenção a projetos com fundamentos frágeis é essencial.
Israel Buzaym, direitor de comunicação do Bitybank

Procura por memecoins continua forte. Buzaym afirma que algumas iniciativas, inclusive, apresentam utilidade no mundo real ou estão ligadas a projetos de caridade.

Trump também gerou expectativa no mercado das criptomoedas. Quando questionado se "a bolha do mercado cripto" estourou, André Franco, CEO da Boost Research, devolveu com uma reflexão: "O mundo inteiro está caindo, o mundo inteiro está avesso ao risco e naturalmente esses cenários são muito desafiadores". Ele avalia que as taxações anunciadas pelo presidente americano e a pressão dessas medidas também influenciam o valor da criptomoeda.

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O que a gente está vendo é o estresse macroeconômico que está afetando as Bolsas de valores e todos os ativos de risco ligados ao mercado americano. Por consequência, estão afetando o mercado cripto também
André Franco, CEO da Boost Research

Pelo menos até maio, o mercado deve continuar volátil, mas não necessariamente em baixa. Segundo o diretor da Bitybank, muitos investidores enxergam essa correção como uma oportunidade de entrada. "Estamos num ótimo momento para comprar", afirma. "Quem acumular de forma responsável, comprando periodicamente, terá bons resultados no longo prazo", finaliza Buzaym.

7 comentários

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Ricardo Santa Maria Marins

Olho para esse negócio e vejo grandes chances de CALOTE e quem vai perder são os menores, como sempre. OPINIÃO!

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Raimundo Almeida e Silva

agora só falta o Trump confiscar investimento estrangeiros.

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Aylton da Gama Lisboa

Só critica quem não tem didim para investir,  eu coloquei no bolso 130% em 1 ano de investimento em bitcoin. 

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