SXSW - Globo entra na casa do Tarcísio, em Austin. É verdade esse bilhete!

O valor do investimento para fazer 4 dias de evento também não deixa dúvidas do tamanho da casa: R$ 12 milhões (uns dois milhões de dólares?). Segundo a secretária da Cultura, Economia e Indústrias Criativas do Tarcísio, Marília Marton, "só" RS 5 milhões saíram dos cofres do governo estadual. Ela disse que boa parte do dinheiro era dos patrocinadores e outra parte da Prefeitura de São Paulo. (E ela garante que a casa leva dinheiro para São Paulo e que o secretário de Desenvolvimento assinou um acordo de intenções para um investimento de 1 bilhão de reais em um data center no estado.)

Globo e Tarcísio, tudo a ver?

E se não tinha como não perceber a Casa São Paulo no meio da SXSW, era impossível não notar o prestígio que o alto escalão da Rede Globo deu para os eventos paralelos que aconteciam na casa. Eu arriscaria dizer que a Casa São Paulo estava com mais audiência do que o BBB (o que hoje em dia não é tão difícil assim também).

Foi Maju Coutinho prestigiando a festa de abertura. Foi Amy Webb dando entrevista para o Fantástico em um dos eventos. Foi uma sessão inteira sobre os 100 anos da Globo com o mais alto escalão da emissora: Manzar Feres, a chefona da publicidade; Ricardo Villela, chefão do jornalismo; e Manuel Belmar, CFO, chefão da Globoplay, chefe do jurídico, chefe da infraestrutura, chefe dos produtos digitais, chefe do ESG, enfim, praticamente o CEO. (Mas o CEO mesmo é o Paulo Marinho, não se perca).

A secretária do Tarcísio me contou (sem nem eu precisar perguntar) que a Globo era parceira da Casa, e levou os eventos de maior audiência da temporada da casa. Mas rapidamente ela entregou o assunto para a Secretaria de Comunicação. Deu a sensação de um certo "não queremos falar muito da Globo".

Claro que pode ter sido só uma sensação, né?

A outra festa danada

Outra festa badalada aconteceu no chiquérrimo Hotel Four Seasons. Tudo bancado pela Rede Globo. Festão que praticamente encerra a participação de CMOs (chefões do marketing das empresas), agências e afins na SXSW. O Brasil inteiro estava lá. Até eu! Tanta gente para conversar que nem consegui falar com todo mundo.

E a Globo também tem prestígio. A secretária Marília estava lá, ficou quase até o final da festa. E isso mesmo ela tendo me dito poucas horas antes que estava cansada demais para ir.

O maior bolso da festa

Conheci o chefão do marketing da Betano, Guilherme Figueiredo. (Descobri que ele começou a carreira como dentista). Mas gostei que ele entrou na onda quando eu disse que era dele o maior bolso da festa. Ele não se fez de rogado: "não, é o da Bet Nacional. Ah, a Bet não está aqui? Então é o meu!"

Figueiredo foi o alvo preferido das agências em Austin. Não tirou um dólar do bolso para almoçar ou jantar.

Me dá seu zap

O SXSW virou a meca do povo do marketing e isso significa que os CMOs vão todos para lá. Claro que é só uma licença poética, não são todos realmente. Mas dezenas e dezenas.

Executivos e donos de agências de publicidade, de empresas de mídia (como a Globo, Meta, YouTube e inclusive o UOL), consultorias, martechs, e por aí vai, aproveitam a ocasião para fazer relacionamento.

Jornalista também aproveita. Sabe como é, a gente já chega perguntando as novidades, as fofocas, as intrigas, pedindo o zap (para incluir na minha poderosa lista de transmissão), essas coisas.

O festival é uma febre entre os brasileiros, que são a maior delegação depois dos americanos. Uns ficam cinco dias, outros sete, outros oito e os amantes da música vão até o fim (o festival de música acontece neste fim de semana). E é muito comum as pessoas que simplesmente nem vão às palestras e aos shows e ficam fazendo relacionamento.

Para quem ainda está perdido, a sigla SXSW quer dizer South by Southwest e é um dos maiores festivais de criatividade e inovação do mundo, que acontece todo ano em Austin, no estado do Texas.

Os jantares

Como só deixar o acaso nos levar nunca é a tática mais eficiente, muitas agências marcam jantares chiquérrimos com grupos de CMOs. Tudo em dólar, claro.

Tem ainda o baile da Kes (que vende viagens de estudo em grupos para executivos) patrocinado por agências e empresas. Mas o ponto alto é sem dúvida a festa da Manzar, digo, da Globo, que reúne o Brasil todo.

E sempre tem o After no Pete's, o piano bar da Sexta Avenida que sofre um hostile takeover dos brasileiros durante a SXSW.

O melhor Foodtruck

Mas este ano, a Nice House (uma agência que não é agência focada na geração Z) descobriu o melhor Foodtruck do mundo para fazer relacionamento. Por 240 dólares a diária, a Mari Galindo alugou o Foodtruck, ops, digo, o Cibertruck do Elon Musk e teve a ideia de passear com os CMOs fazendo entrevistas ao melhor estilo Carpool Karaokê, de James Corden (aquele cara inglês). Como ninguém nunca andou no carro do Elon, a ação fez o maior sucesso. Uns 25 CMOs embarcaram no carro durante os três dias que ela ficou com o carro alugado. E por 15 a 30 minutos, a Mari e seu sócio tinham toda a atenção dos CMOs só para eles.

A chefe do marketing da OLX, Florence Scappini, chegou a me dizer que Mari é a Tatá Werneck da publicidade.

Resumindo, a Mari descobriu o melhor foodtruck para fazer relacionamento na cidade.

E termino a coluna bem no momento em que o avião pousa em São Paulo. Mas nos próximos dias vai ter mais SXSW.