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Corretoras indicam ações defensivas para julho

Danielle Assalve

03/07/2012 08h44

SÃO PAULO, 2 Jul (Reuters) - O acordo de líderes para combate à crise da dívida na zona do euro trouxe perspectiva um pouco mais otimista para as Bolsas em julho, mas os sinais de lenta recuperação da economia global motivaram analistas a manter o perfil defensivo em suas carteiras de ações recomendadas para o mês.

Papéis do setor elétrico, como Copel (CPEL6.SA) e Cemig (CMIG4.SA), e de empresas ligadas a consumo, como Lojas Americanas (LAME4.SA) e Pão de Açúcar (PCAR3.SA), continuam entre as preferidas de analistas para o mês.

As carteiras também incluem ações de empresas consideradas mais previsíveis em termos de fluxo de caixa, como CCR Rodovias (CCRO3.SA), papéis considerados "baratos" após as perdas recentes e aqueles que tendem a se beneficiar do enfraquecimento do real, como a preferencial da Vale (VALE5.SA).

"Embora as decisões tomadas na cúpula da União Europeia na semana passada tragam esperança de dias melhores na Europa, a estrada para mercados mais estáveis e crescimento econômico na região é longa e esburacada", avaliou o BTG Pactual em carteira sugerida a clientes nesta segunda-feira.

O banco de investimentos destacou também que dados econômicos fracos nos Estados Unidos e Brasil devem continuar trazendo volatilidade à bolsa brasileira.

Citando os riscos relativos ao crescimento econômico global e às dívidas soberanas da União Europeia, a equipe de análise do HSBC decidiu manter o "foco em histórias defensivas, com maior previsibilidade de fluxo de caixa e também com expectativa de maior crescimento estrutural".

Vale foi unanimidade entre as sugestões para julho, com a ação preferencial (VALE5.SA) aparecendo em todas as 11 carteiras recomendadas obtidas pela Reuters.  

Analistas citaram a favor da mineradora o fato de que a ação está sendo negociada a múltiplos baixos. No segundo trimestre, a preferencial acumulou queda de 2,19%.

A expectativa de melhores resultados nos próximos trimestres também deve ajudar o papel em julho, com o preço do minério de ferro mantendo-se em patamar elevado e a desvalorização do real beneficiando as exportações. 

Já a ação preferencial da Petrobras (PETR4.SA) apareceu em cinco carteiras recomendadas para julho. O papel acumulou queda de 20,93% no último trimestre. 

O mercado reagiu de modo bastante negativo ao reajuste de combustíveis abaixo do esperado e ao novo plano de investimentos anunciado pela estatal em junho. 

MRV Engenharia (MRVE3.SA), outro papel considerado "barato", voltou a chamar a atenção de analistas e passou a fazer parte de algumas carteiras, como a da Citi Corretora.

"A MRV Engenharia está sendo negociada a múltiplos baixos e acreditamos que o momento atual é um bom ponto de entrada", avaliou a Citi, em relatório. No segundo trimestre, a ação da MRV acumulou queda de 26,67%.

OGX (OGPX3.SA) foi recomendada apenas por duas corretoras, após o papel ter despencado 40,5% na semana passada, refletindo a decepção do mercado com dados de produção muito abaixo do esperado. 

"Estamos reduzindo a participação de OGXP3 na carteira de 8% para cinco%", afirmou a Planner em relatório.

A corretora disse que a redução visa a diminuir a volatilidade da carteira e avaliou que o papel deve conseguir recuperar parte do forte tombo recente em julho.

A Citi Corretora destacou o viés mais positivo para julho. Além da decisão da cúpula da União Europeia, também devem contribuir "a perspectiva de corte da taxa de juros por parte do Banco Central Europeu, de novos estímulos econômicos na China e nos Estados Unidos e a continuidade do afrouxamento da política monetária no Brasil".