Leilão de reserva deve contratar pouca ou nenhuma energia, dizem analistas
SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de energia de reserva que será promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na sexta-feira deve ter pouca ou nenhuma competição devido ao prazo apertado para a viabilização dos projetos, apostam analistas, uma vez que as usinas teriam que iniciar a geração em janeiro de 2016.
"É muito desafiador. Não deve haver grande contratação. Inclusive, não acharia estranho se o leilão desse vazio", disse a analista Thais Prandini, da consultoria Thymos.
"Quando o leilão foi formatado, há meses atrás, estávamos passando por um cenário de hidrologia mais crítico, e de lá para cá a carga caiu. E a urgência do governo em contratar essa energia também caiu muito", apontou a especialista, que acredita na participação de no máximo quatro projetos.
O leilão contratará apenas usinas a gás natural, que assinarão contratos de venda de energia por 20 anos que preveem a produção a plena carga por oito horas diárias.
Além do prazo apertado, a obtenção de contratos de fornecimento de gás e equipamentos também são colocados como pontos que devem levar a pouca competição, reduzindo as chances de algum deságio no preço final de contratação, ante o teto de 581 reais por megawatt-hora estabelecido para o certame.
"Não sei se alguém dará lance... parece um leilão bem direcionado, para quem tem bala na agulha, um projeto bem arrumadinho, e já conversou com o governo para dizer que consegue fazer (a usina)", afirmou o diretor executivo da consultoria Excelência Energética, Erik Rego.
(Por Luciano Costa)
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