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Fed precisa de mais dados para elevar juros, mostra ata do Fomc

08/07/2015 15h28

WASHINGTON (Reuters) - Autoridades do Federal Reserve, banco central norte-americano, precisam ver mais sinais de fortalecimento da economia dos Estados Unidos antes de elevarem os juros, de acordo com a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira, na qual a crise da dívida da Grécia foi citada como uma séria preocupação.

A ata da reunião de 16 e 17 de junho do Fomc mostra que o banco central continua se deparando com obstáculos em seu plano de elevar os juros neste ano, na esteira de indicadores econômicos mistos domésticos e com crescentes turbulências nos mercados no exterior. A ata reforçou a avaliação de que a alta dos juros deve ter de esperar até pelo menos setembro.

"Muitos participantes enfatizaram que, para determinar que os critérios para dar início à normalização da política monetária foram cumpridos, precisariam de informações adicionais indicando que o crescimento econômico está fortalecendo, que as condições do mercado de trabalho continua melhorando e que a inflação está se movendo em direção ao objetivo do Fomc", trouxe a ata.

Eles acrescentaram que elevar os juros cedo demais, enquanto as pressões inflacionárias continuam modestas, poderia prejudicar a credibilidade do Fed sobre ser capaz de lidar com choques de baixa sobre os preços.

Em junho, o banco central manteve os juros quase zerados, patamar em que têm permanecido desde dezembro de 2008. Mas o Fed indicou que está caminhando para pelo menos um e talvez dois aumentos de juros ainda neste ano.

Na época da reunião de dois dias do Fed em junho, a Grécia ainda não havia dado calote em sua dívida e a bolsa da China ainda não estava em queda livre.

No entanto, a ata apontou preocupações sérias das autoridades com os problemas econômicos da Grécia, em um sinal de como as turbulências do mercado no exterior poderiam descarrilar os planos de alta de juros do Fed se o contágio se espalhar.

"Muitos participantes expressaram preocupação com a possibilidade de a Grécia e seus credores oficiais fracassarem em resolver suas diferenças, o que poderia resultar em turbulências nos mercados financeiros na zona do euro, com possíveis efeitos de contágio nos Estados Unidos", segundo o documento.

(Reportagem de Michael Flaherty e Jonathan Spicer)