Deficit em transações correntes do Brasil cai 60% em janeiro, em meio à recessão
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou deficit em transações correntes de US$ 4,817 bilhões em janeiro, 60,4% menor sobre igual mês de 2015, movimento ditado sobretudo pela balança comercial, menores gastos com viagens internacionais e remessas de lucros em meio ao cenário de recessão cada vez mais intensa.
O resultado, mostrou nesta terça-feira (23) o Banco Central, foi inteiramente coberto pelos Investimentos Diretos no País (IDP), que somaram US$ 5,455 bilhões no mês. O deficit foi também o menor para janeiro desde 2010, início da série histórica do BC.
Em pesquisa Reuters, analistas estimavam IDP de US$ 4,95 bilhões e rombo na conta corrente de US$ 5,9 bilhões. Em 12 meses, o deficit em transações correntes foi a 2,94% do Produto Interno Bruto (PIB), melhorando em relação ao patamar de 3,32% no acumulado até dezembro.
Assim como ocorreu no ano passado, a redução do deficit em janeiro foi puxada também pela balança comercial, que veio positiva na esteira da fraca atividade econômica.
Com o dólar mais forte sobre o real e consumidores mais receosos, as importações seguem caindo em ritmo mais intenso que as exportações. Em janeiro, o superavit comercial foi de US$ 643 milhões, contra deficit de US$ 2,865 bilhões um ano antes. O quadro de recessão e o dólar caro também tem feito os brasileiros gastarem menos no exterior. Em janeiro, as despesas líquidas com viagens internacionais somaram US$ 190 milhões, queda de 88,6% sobre um ano antes.
O mesmo afeta as remessas de lucros e dividendos, que despencaram 71,5% no período, a US$ 312 milhões, ainda segundo o BC. No ano passado, o BC previu que o deficit em transações correntes do país cairá a US$ 41 bilhões em 2016, frente aos US$ 58,9 bilhões em 2015, o menor desde 2010. O resultado melhor no saldo em transações externas reduz a necessidade de financiamento internacional do país, no momento de volatilidade dos mercados, com desaceleração econômica na China, queda no preço de commodities e dúvidas sobre a política monetária nos Estados Unidos.
Para fevereiro, o BC projeta que o déficit em transações correntes no país ficará em US$ 1,5 bilhão e o IDP em US$ 4,5 bilhões.
"Nossa projeção de deficit em transações correntes para 2016 já está se mostrando conservadora", afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
(Por Marcela Ayres; Reportagem adicional de Alonso Soto)
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