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Governo propõe venda do controle da Eletrobras

21/08/2017 19h34

Por Roberto Samora e Leonardo Goy

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério de Minas e Energia anunciou nesta segunda-feira que vai propor a venda do controle da estatal de energia elétrica Eletrobras, em um modelo semelhante ao adotado em empresas como Vale e Embraer, em que mantém direito a veto em decisões estratégicas da companhia.

"Apesar de todo o esforço que vem sendo desenvolvido pela atual gestão, as dívidas e ônus do passado se avolumaram e exigem uma mudança de rota para não comprometer o futuro da empresa", afirmou o ministério em nota, acrescentando que os problemas decorrem de ineficiências acumuladas nos últimos 15 anos, que impactaram a sociedade em cerca de um 250 bilhões de reais.

As ações da Eletrobras subiram na bolsa paulista nesta segunda-feira, num dia em que o Ibovespa teve leve baixa de 0,12 por cento. A ação ON subiu 3,35 por cento, enquanto a PNB avançou 2,65 por cento.

A proposta de venda do controle da Eletrobras deve ser incluída na pauta da reunião da próxima quarta-feira do órgão de governo que cuida de desestatizações, o Programa de Parceria de Investimentos (PPI), disse uma fonte do governo que acompanha o assunto.

Pela proposta, o ministério tem intenção de migrar a Eletrobras do Nível 1 para o segmento de mais alto nível de governança corporativa da B3, o Novo Mercado. "Esse movimento permitirá à Eletrobras implementar os requisitos de governança corporativa exigidos no Novo Mercado, equiparando todos os acionistas – públicos e privados – com total transparência em sua gestão", afirmou o ministério em nota à imprensa.

O poder de veto permitirá que decisões estratégicas no setor elétrico sejam preservadas nas mãos do governo, tais como os encargos setoriais e o financiamento de projetos de revitalização do Rio São Francisco.

"A nova Eletrobras segue um modelo de êxito adotado em diversos países, como Portugal, França e Itália, que transformaram suas estatais de energia elétrica em grandes corporações que atuam no mundo inteiro e mantêm sua identidade nacional", disse o ministério no comunicado.