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Varejistas dos EUA sentem redução de consumo de hispânicos por preocupações com imigração

24/08/2017 15h36

Por Richa Naidu

CHICAGO (Reuters) - Muitos hispânicos dos Estados Unidos estão se aventurando a sair apenas para comprar bens essenciais e estão reduzindo os gastos discricionários, em meio a preocupações com a possibilidade de serem abordados por autoridades de imigração ou policiais desde a eleição do presidente Donald Trump, segundo grupos comunitários, empresas de pesquisa e varejistas.

Esta mudança no comportamento do consumidor do segundo grupo étnico de maior crescimento nos EUA foi citada recentemente como motivo de preocupação por empresas de consumo já em dificuldades, desde grandes varejistas até fabricantes de autopeças.

O presidente-executivo da O'Reilly Automotive, Gregory Henslee, disse a analistas no início do mês que muitas das lojas da empresa com vendas fracas no segundo trimestre estão em áreas de maioria hispânica. "Não é algo que somente nós estamos vendo. Isso é algo que a maioria dos varejistas têm notado", afirmou Henslee.

No final de julho, o CEO da Target Corp, Brian Cornell, em uma conferência fez referência a um relatório dos consultores de varejo NPD Group que citou um declínio nas despesas discricionárias dos hispânicos.

"Eles ficam em casa, estão saindo com menos frequência, principalmente em cidades próximas das fronteiras dos Estados Unidos", disse Brian Cornell em uma conferência em Aspen, Colorado, em julho.

A vitória surpresa de Trump em novembro passado se deve em parte a promessas de campanha para expulsar em massa estrangeiros sem documentos e construir um muro na fronteira entre os EUA e México. Essas promessas - juntamente com a afirmação de Trump de que o México estava enviando estupradores e traficantes de drogas para os EUA - provocaram indignação na comunidade hispânica.

"Nosso próprio presidente nos chama de criminosos, ladrões e estupradores - isso é terrível... vivemos com medo de fazer essas coisas simples como ir ao mercado", disse um estudante de 19 anos em Chicago, Juan F., cidadão norte-americano que não quis ter seu nome completo publicado por se preocupar com membros da família que não são legalizados no país.

Juan disse que está fazendo as compras da casa desde que Trump assumiu a presidência, porque os membros da família têm medo de sair de casa.

Nem todas as categorias de consumo, entretanto, estão vivendo uma queda significativa de gastos hispânicos. A compra de itens essenciais como comida e produtos domésticos básicos ainda está em ascensão, mas a uma taxa muito mais lenta do que nos últimos anos, segundo a empresa de pesquisa Nielsen Holdings.