Aneel vai rever proposta para remuneração de distribuidoras de energia, diz associação
Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai rever uma nota técnica em que sugeriu redução de uma taxa utilizada para calcular a remuneração de investimentos realizados por distribuidoras de eletricidade, disse à Reuters nesta quarta-feira o chefe de uma associação do setor.
Técnicos da agência propuseram que o custo médio ponderado de capital das distribuidoras (WACC) a ser utilizado na revisão tarifária das empresas entre 2018 e 2020 seja definido em 7,24 por cento após impostos, versus 8,09 por cento anteriormente.
Mas o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, disse à Reuters que conversou com representantes do órgão regulador, que teriam admitido uma falha na nota técnica com o novo WACC.
A diretoria da Aneel iria analisar a proposta dos técnicos na última terça-feira, mas o assunto foi retirado da pauta da reunião semanal do colegiado.
"Tem um erro naquele número de 7,24 por cento... por isso tiraram de pauta. Conversamos com o relator, ele concordou que tinha um dado que não tinha sido contemplado, e vão reavaliar", disse Leite.
Ele explicou que faltou na análise da Aneel uma série de dados sobre o risco de crédito do Brasil, que agora deverão ser incluídos.
"Com os aperfeiçoamentos, (o WACC) deve ficar no patamar que está hoje, da mesma ordem de grandeza", adicionou o dirigente da Abradee, sem cravar um número.
Procurada, a Aneel não retornou imediatamente um pedido de comentário.
Em nota a clientes na terça-feira, analistas do Citibank disseram que trabalhavam em um cenário base em que o WACC seria de 8,38 por cento.
A Aneel costuma rever o WACC a cada quatro ou cinco anos, antes de realizar os ciclos de revisão nos níveis tarifários praticados pelas distribuidoras de eletricidade do país. O último ciclo começou em 2015, e o próximo terá início em 2018.
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