Queda de alimentos alivia e IPCA-15 sobe 0,32% em novembro, abaixo do esperado
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - Os preços de alimentos recuaram com força em novembro, fazendo com a prévia da inflação oficial subisse menos do que o esperado e pavimentando o caminho para que o Banco Central possa continuar cortando a taxa básica de juros até o início do próximo ano.
Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,32 por cento, sobre 0,34 por cento no mês anterior e bem abaixo da perspectiva em pesquisa Reuters com analistas, de avanço de 0,40 por cento.
Nos 12 meses até novembro, a alta do IPCA-15 foi a 2,77 por cento, sobre 2,71 por cento até outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Na pesquisa da Reuters, a previsão era de aumento de 2,84 por cento, ainda abaixo da meta do governo --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
De acordo com o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas intensificou a deflação a 0,25 por cento em novembro após queda de 0,15 por cento no mês anterior.
Ficaram mais baratos principalmente o feijão-carioca (-7,03 por cento), açúcar refinado (-4,52 por cento), farinha de mandioca (-4,25 por cento) e açúcar cristal (-3,81 por cento).
Esse movimento compensou a pressão exercida pela energia elétrica, item que sozinho respondeu por metade do IPCA-15 de novembro depois de subir 4,42 por cento.
O aumento da energia elétrica já era esperado devido às mudanças nas bandeiras tarifárias aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Junto com a alta de 3,3 por cento do gás de botijão, as contas de luz levaram o grupo Habitação a acelerar o avanço a 1,33 por cento, ante 0,66 por cento em outubro.
Após reduzir a Selic a 7,5 por cento, o BC já deixou claro que continuará com o movimento de redução neste mês e ainda deixou a porta aberta para continuar o movimento no início de 2018.
Os especialistas consultados na pesquisa Focus do BC veem a Selic a 7 por cento no final deste ano, com a inflação a 3,09 por cento. Já o Top 5, grupo que mais acerta as previsões, vê a taxa básica de juros a 6,5 por cento em fevereiro.
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