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Alckmin deve assumir comando do PSDB após desistências de Tasso e Perillo

28/11/2017 07h40

SÃO PAULO (Reuters) - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deverá ser candidato único a presidente do PSDB e assumir o cargo na convenção partidária marcada para o início do próximo mês, após os dois postulantes ao cargo, o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo, desistirem da disputa em nome da unidade partidária.

O acordo foi selado na noite de segunda-feira em um encontro entre Tasso, Marconi, Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB. O governador paulista, também apontado como favorito para ser o candidato do PSDB à Presidência da República no ano que vem, disse estar à disposição para unir a legenda.

"O presidente Fernando Henrique lembrou: 'olha, se nós conseguíssemos uma unidade, evitar disputa, seria melhor'. E ambos, com grande desprendimento, tanto o Tasso quanto o Marconi, se predispuseram a abrir mão das suas possíveis candidaturas para que a gente tenha uma chapa de unidade", disse Alckmin a jornalistas.

"Nosso nome está à disposição, se for esse o caminho para unir o partido como instrumento vigoroso de mudança para o país, de trabalho, vamos trabalhar", acrescentou.

O PSDB vive um racha interno entre a ala que defende o desembarque da sigla do governo do presidente Michel Temer, representada por Tasso, e o grupo que defende a manutenção do partido na base governista, liderada pelo presidente licenciado da legenda, senador Aécio Neves (MG), e que tinha Perillo como representante na eleição interna marcada para 9 de dezembro.

Aécio foi atingido pela delação de executivos da J&F, holding que controla a JBS, e foi gravado em telefonema com o empresário Joesley Batista, um dos donos da holding, pedindo 2 milhões de reais que seriam usados para pagar sua defesa em inquéritos da operação Lava Jato. Posteriormente, em ação controlada da Polícia Federal, um primo de Aécio foi filmado recebendo dinheiro de um emissário de Joesley.

O tucano nega quaisquer irregularidades e disse que os valores se referiam a um empréstimo que seria posteriormente formalizado e que foi alvo de uma armação de Joesley, que buscava benefícios em um acordo de delação.

Os deputados do PSDB votaram divididos nas duas denúncias criminais contra Temer e o deputado tucano Bruno Araújo (PE) pediu demissão do comando do Ministério das Cidades alegando não ter mais apoio do PSDB para permanecer no posto. Os tucanos ainda ocupam três ministérios no governo Temer --Secretaria de Governo, com Antonio Imbassahy; Relações Exteriores, com Aloysio Nunes; e Direitos Humanos, com Luislinda Valois.

(Por Eduardo Simões)