Após acordo nos EUA, minoritários da Petrobras no Brasil querem os mesmos direitos
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Investidores minoritários da Petrobras no Brasil apresentaram uma petição à Justiça brasileira pedindo que acionistas no país tenham os mesmos direitos alcançados por investidores norte-americanos, em acordo fechado para ressarcir perdas devido a escândalo de corrupção que envolveu a empresa.
A petroleira anunciou na quarta-feira (3) que assinou acordo para encerrar uma ação coletiva ("class action") nos Estados Unidos em troca do pagamento de US$ 2,95 bilhões, o maior em uma década em ações coletivas nos EUA.
Leia também:
- Privatização da Petrobras: por que isso causa tanta polêmica?
- Acordo nos EUA reduz chance de lucro da Petrobras em 2017
- Acordo da Petrobras ficou melhor que o esperado, dizem analistas
"O ato voluntário da Petrobras de pagar [quase] US$ 3 bilhões a acionistas estrangeiros indica que ela deverá pagar valores proporcionais aos acionistas brasileiros, afinal de contas, os mesmos fatos, o mesmo réu, deve ter a mesma consequência, independente da jurisdição na qual houve o investimento", afirmou à agência de notícias Reuters o advogado André de Almeida.
Almeida, que participou da "class action" contra a Petrobras nos Estados Unidos, está à frente de uma Ação Civil Pública, ajuizada na 6ª Vara de São Paulo, no ano passado, em busca de indenização.
Acordo no Brasil é mais difícil
Entretanto, alguns especialistas do meio jurídico no Brasil acreditam ser difícil a Petrobras aceitar chegar a um acordo com detentores de ações na Bolsa brasileira, uma vez que a Justiça no país é muito diferente da Justiça norte-americana.
No fato relevante publicado na quarta-feira, a Petrobras explicou que o acordo teve em vista o risco de um julgamento influenciado por um júri popular, o que poderia ter elevado os valores a serem pagos pela Petrobras consideravelmente, segundo analistas de mercado.
A empresa também frisou que o acordo fechado nos EUA, que ainda depende de aprovação da Justiça norte-americana, "não constitui reconhecimento de culpa ou de prática de atos irregulares".
No Brasil, a ação movida por minoritários será julgada de forma técnica, em um país onde autoridades como Ministério Público Federal, Supremo Tribunal Federal, além de juízes da Lava Jato, defendem que a Petrobras foi uma vítima da corrupção.
A Petrobras preferiu não comentar o assunto.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.