Ultrapar tem lucro 8% menor no 4º trimestre
Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O conglomerado Ultrapar anunciou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de 401 milhões de reais no quarto trimestre, queda de 8 por cento contra um ano antes atribuída pela empresa ao acordo da Ultragaz com o Cade, base forte de comparação da Ultracargo e à maior depreciação e amortização.
O faturamento cresceu em todas as linhas de negócios, incluindo a mais importante, a rede Ipiranga, de postos de combustíveis. A receita líquida de outubro a dezembro do conglomerado somou 21,57 bilhões de reais, aumento de 13 por cento sobre mesma etapa de 2016.
O resultado operacional da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), caiu 5 por cento ano a ano, para 1,067 bilhão de reais no período.
Essa linha foi afetada sobretudo pelos efeitos da assinatura de um compromisso de cessação de prática (TCC) com o órgão antitruste Cade, em novembro, referente à Ultragaz, que teve um impacto de 84 milhões de reais no Ebitda e mais 12 milhões no resultado financeiro.
Além disso, no fim de 2016 a empresa havia recebido uma indenização de 74 milhões de reais devido a perdas com um incêndio num terminal da Ultracargo, o que afetou a base de comparação.
As despesas com depreciação e amortização cresceram 8 por cento ano a ano, para 306 milhões de reais, em função dos investimentos feitos nos últimos 12 meses, incluindo a expansão da rede de postos Ipiranga e de drogarias Extrafarma, e a preparação para início da operação de nova fábrica em Pasadena.
O grupo fechou 2017 com dívida de 7,2 bilhões de reais, o equivalente a 1,78 vez o Ebitda, alta em relação ao índice de 1,36 vez um ano antes, refletindo a queda do Ebitda e o aumento dos investimentos. Ainda assim, o custo da dívida caiu como reflexo da queda dos juros e de efeitos cambiais.
A empresa reiterou informação anunciada em dezembro, de que pretende investir 2,676 bilhões de reais em 2018, um crescimento de 23 por cento sobre o ao passado.
A Ultrapar, que teve negada pelo Cade a proposta de compra da rede de postos de combustíveis Ale no ano passado, ainda tenta obter aval do órgão para outra fusão, a da Ultragaz com a Liquigás, da Petrobras.
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