Ações da Petrobras recuam 8% por preocupações com medidas para acabar com greve dos caminhoneiros
SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Petrobras recuavam cerca 8 por cento na bolsa brasileira nesta segunda-feira, engatando o oitavo pregão de perdas, com investidores ainda receosos acerca de ingerência governamental na companhia, com as negociações para encerrar a greve dos caminhoneiros envolvendo também ações da petrolífera de controle estatal.
Às 11:19, as preferenciais caíam 8,18 por cento e os papéis ordinários perdiam 7,5 por cento, enquanto o Ibovespa recuava 3,35 por cento. Na mínima até o momento, a ação preferencial da recuou 9,09 por cento, a 18 reais, menor patamar intradia desde 23 de janeiro, enquanto o papel ordinário caiu 8,81 por cento, a 21 reais, menor preço desde 20 de fevereiro.
Após anúncio de medidas pelo governo federal na véspera, a Petrobras informou nesta segunda-feira que manterá por 60 dias uma redução nos preços do diesel rodoviário e que, após esse prazo, os reajustes do combustível passarão a ser mensais, e não mais até diários como ditava a política da companhia em vigor.
A companhia disse que será ressarcida pela União pela redução adicional --além da já anunciada na semana passada-- e que isso não incorrerá em prejuízo para a companhia.
"O fato de que a viabilidade da política de preços da Petrobras depende da concessão subsídios ainda deve levar a questionamentos no mercado", escreveu a equipe de estratégia e análise da XP Investimentos em relatório a clientes. "Ainda restam dúvidas sobre como será a forma de pagamento do reembolso pelo governo (e como isso impactará resultados), e qual o nível de prêmio e margens de refino que a empresa conseguirá manter quando retomar os reajustes de diesel após 60 dias."
(Por Paula Arend Laier)
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