Líder do MDB diz que Meirelles pode ser candidato com 4% nas pesquisas, mas não descarta apoio a Alckmin
Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - A líder do MDB do Senado, Simone Tebet (MS), disse que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles pode ser o candidato do partido ao Planalto se chegar a 4 por cento de intenções de voto em pesquisas no momento das convenções partidárias, mas não descartou o apoio da legenda ao presidenciável do PSDB, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin.
"Nós demos o pontapé e dissemos: 'busque apoio'. Se ele chegar na convenção com um número razoável, não estou dizendo 10 por cento, mas sai do 1,5 e uma pesquisa o mostra nos próximos 45 dias que ele passou para 4, 5 por cento, ele pode ser candidato. O jogo é esse", disse a senadora à Reuters.
A senadora, no entanto, preferiu não fazer um prognóstico sobre se o ex-ministro terá seu nome aprovado em convenção do MDB para concorrer ao Planalto. A última vez que o partido teve um candidato a presidente foi em 1994, com o ex-governador Orestes Quércia.
Ao ressalvar que não falava em nome do partido, Simone defendeu que o MDB endosse uma candidatura de centro que possa dar a "estabilidade necessária" para se fazer as mudanças que o país precisa. Afirmou que esse perfil é mais importante do que alguém "muito experimentado e competente" que vai ficar um ano patinando no poder para "aprender" que numa democracia o Executivo não detém o poder absoluto.
Embora tenha admitido dificuldades de composição regionais com o PSDB, como no seu estado Mato Grosso do Sul, a emedebista disse ser possível uma composição com Alckmin ou outro partido de centro.
"Eu mesmo advogo que, se for para termos viabilidade efetiva e termos uma candidatura de centro existosa, que possa ganhar as eleições, capaz de ter um candidato com equilíbrio, hoje é mais importante que um candidato equilibrado do que competente. Porque a competência está muito associada à sua equipe", afirmou.
A avaliação da senadora parte da premissa de que o pré-candidato do PSL, o deputado Jair Bolsonaro, estará no segundo turno --ele lidera as pesquisas de intenção de voto nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso e deve ser impedido pela Lei da Ficha Limpa de concorrer-- e que poderá haver cerca de 40 por centro de votos nulos, brancos e de abstenção.
A senadora defendeu que Meirelles ou qualquer outro candidato de centro apoiado pelo MDB não precisam esconder o legado do presidente Michel Temer, que sofre de forte impopularidade. Para ela, o governo teve avanços, como a reforma trabalhista e a inflação controlada.
"Não é questão de relegar, tem que tratar com realismo e verdade", disse a parlamentar, sobre o legado do presidente.
Simone Tebet citou também o nome do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro Nelson Jobim como um nome do MDB que poderia concorrer ao Planalto. Mas ela ponderou que ele precisaria demonstrar "sangue nos olhos" e dizer que coloca o nome à disposição da legenda. "Ninguém vai buscar ninguém", disse ela.
(Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello)
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