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JBS reverte resultado e fecha 2ºtri com prejuízo impactada por câmbio

14/08/2018 21h40Atualizada em 15/08/2018 08h50

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo de alimentos JBS fechou o segundo trimestre com prejuízo consolidado de cerca de R$ 827 milhões, revertendo resultado positivo de um ano antes em meio a impacto bilionário de variação cambial sobre o resultado financeiro da companhia.

Na controladora do grupo, o prejuízo do trimestre somou R$ 911 milhões. A companhia afirmou que retirando o impacto cambial, teve um lucro líquido de R$ 3 bilhões de abril a junho. Segundo o balanço da JBS, a despesa financeira líquida no segundo trimestre foi de R$ 4,7 bilhões.

O grupo, maior processador de carne bovina do mundo, apurou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 4,24 bilhões entre abril e junho, aumento de 12,8% na comparação anual.

A melhora operacional foi puxada por unidades de carne bovina nos Estados Unidos e no Brasil, enquanto na área de produtos processados Seara o Ebitda despencou 36,3% de um ano para o outro, para R$ 226,7 milhões. Outro peso sobre o resultado operacional foi a norte-americana Pilgrim's Pride, que teve queda de 37% no Ebitda do período.

A JBS afirmou que a Seara registrou um impacto de R$ 113 milhões, decorrente da greve dos caminhoneiros, que gerou "descartes e menor produtividade do plantel de animais, bem como aumento de custos industriais e logísticos". Além disso, a unidade teve queda de 19% nas exportações, também afetada pelo fechamento do mercado russo para carne suína do Brasil.

A JBS afirmou que espera que o preço do milho continue elevado nos próximos meses, "indicando assim uma necessidade de novos ajustes nos preços de venda". O comentário é semelhante ao divulgado pela rival BRF, que na semana passada afirmou que manterá política de "adequação de preços" de processados no terceiro trimestre.

A companhia terminou junho com liquidez de R$ 20,3 bilhões, cinco vezes acima do endividamento de curto prazo. A dívida líquida somou R$ 50,45 bilhões, praticamente no mesmo nível de um ano antes. Mas a relação da dívida líquida sobre o Ebitda da companhia recuou de 4,16 para 3,47 vezes em reais. Em dólares, a relação passou de 4,07 para 2,98 vezes.

(Por Alberto Alerigi Jr.)