Próximo presidente enfrentará desafio com Congresso para governar efetivamente o Brasil, diz Moody's
BRASÍLIA (Reuters) - A Moody's afirmou nesta quinta-feira que o novo presidente do Brasil enfrentará desafios em seu relacionamento com o Congresso Nacional para conseguir "efetivamente" governar, independentemente de quem sair vencedor na disputa pelo Palácio do Planalto em outubro.
Em relatório, a agência de classificação de risco destacou que seu cenário base não contempla a aprovação de uma extensa reforma previdenciária. Em outra frente, a Moody's também espera que a regra do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior, seja modificada no próximo governo.
"No entanto, também esperamos que um trabalho no relacionamento com o Congresso levaria à aprovação de uma reforma da Previdência, apoiando a consolidação fiscal e impulsionando a confiança dos investidores", afirmou Gersan Zurita, vice-presidente sênior da Moody's.
A agência apontou, por outro lado, que se a continuidade das reformas não for assegurada, a dinâmica fiscal adversa continuará e a volatilidade do mercado pesará na recuperação econômica.
"Em um cenário de continuidade de política, a Moody's espera uma recuperação gradual do crédito, riscos estáveis de ativos e rentabilidade sólida. Sob um cenário de ruptura, os custos de crédito aumentariam, mas a capitalização dos bancos permaneceria estável, enquanto a indústria de seguros continuaria a desafiar a turbulência política e estagnação econômica", acrescentou.
Mais cedo nesta quinta-feira, a agência de classificação de risco Fitch também se manifestou a respeito do horizonte que se desenha para o Brasil, pontuando que as eleições presidenciais trazem grandes incertezas em relações às reformas e que o fracasso em atacar os problemas fiscais é um fator negativo para a avaliação do crédito do país.
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