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FMI aumenta acordo de financiamento com Argentina em US$ 7 bi, diz Christine Lagarde

Por Dave Graham e Nicolás Misculin

De Nova York

26/09/2018 18h28

A Argentina assegurou nesta quarta-feira (26) uma quantia adicional de US$ 7 bilhões em financiamento do FMI (Fundo Monetário Internacional), em um esforço para amenizar preocupações de investidores quanto à sua habilidade de pagar suas dívidas, e anunciou uma banda cambial para o peso argentino.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, falando em uma coletiva de imprensa em Nova York ao lado do ministro da Economia da Argentina, Nicolas Dujovne, disse que o fundo irá aumentar seu programa de empréstimos com a Argentina para um total de US$ 57 bilhões, com "antecipação significativa" dos desembolsos até o fim do próximo ano.

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Christine disse que o banco central argentino concordou, como parte do acordo, em permitir que o peso flutue livremente e a só intervir no mercado de câmbio em situações extremas.

"No caso de uma ultrapassagem extrema da taxa cambial, o banco central pode conduzir uma intervenção limitada para prevenir condições desordenadas de mercado", disse ela, durante a coletiva.

Em uma entrevista coletiva mais tarde em Buenos Aires, o novo presidente do BC argentino, Guido Sandleris, disse que o banco estabelecerá uma banda cambial para o peso e usará apenas reservas internacionais para intervir no mercado se ele ficar fora desta banda.

Sandleris, que foi nomeado na terça-feira, quando seu antecessor renunciou inesperadamente, disse que a banda será fixada inicialmente de 34 a 44 pesos por dólar e poderá depreciar diariamente em um ritmo equivalente a 3% por mês.

"Essa nova política monetária nos permitirá reduzir a inflação e recuperar a estabilidade e a previsibilidade nos preços de que a Argentina tanto precisa", disse Sandleris.

Peso desvalorizado

A moeda argentina já perdeu mais de 50% de seu valor até agora neste ano. Uma seca atingiu suas exportações agrícolas e levou a economia a uma recessão, elevando preocupações sobre a habilidade do governo em pagar suas dívidas em moeda estrangeira no próximo ano.

O banco central gastou quase US$ 16 bilhões em reservas neste ano em uma tentativa fracassada de elevar o peso.

Em um esforço para amenizar temores de investidores, Christine disse que o novo acordo impulsionará o financiamento em US$ 19 bilhões em 2019. Desembolsos para o restante deste ano cresceriam a US$ 13,4 bilhões, ante US$ 6 bilhões sob o acordo atual, disse ela.

Sujeito à aprovação do conselho de diretores do FMI, o financiamento sob o novo acordo não será mais discricionário, mas ficará imediatamente disponível para o governo, disse Christine.

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