EUA arrastam câmbio da China para centro de disputa comercial, FMI faz apelo por solução
Por David Lawder e Yawen Chen
NUSA DUA, Indonésia (Reuters) - Os Estados Unidos buscam tornar o câmbio uma parte central de qualquer solução para sua disputa comercial com a China, mantendo pressão sobre Pequim para acelerar reformas econômicas em uma reunião de formuladores de políticas, que se comprometeram a fazer mais para proteger o crescimento global.
O presidente do banco central da China, Ya Gang, prometeu neste sábado manter o valor do iuan “amplamente estável”, nas reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Bali, onde o FMI tenta levar as duas maiores economias do mundo a resolver suas disputas.
O comunicado do presidente do Banco Popular da China para o comitê de direção do FMI destacou que o país não adotará desvalorizações competitivas da moeda.
“A China continuará a deixar o mercado desempenhar um papel decisivo na formação da taxa de câmbio”, disse Yi no comunicado. “Não vamos nos engajar em desvalorizações competitivas e não usaremos a taxa de câmbio como uma ferramenta para lidar com atritos comerciais."
Um comunicado emitido pelos países-membros do FMI neste sábado – que veio depois de um novo tumulto nos mercados financeiros – também buscou acalmar investidores nervosos com a promessa de reforçar o diálogo em assuntos comerciais.
O secretário do Tesouro Americano, Steven Mnuchin, afirmou neste sábado que oficiais chineses disseram a ele que a depreciação do iuan não era do interesse da China. Ele afirmou à Reuters, em entrevista na sexta-feira, que problemas de câmbio precisam fazer parte das conversas entre EUA e China.
“Queremos assegurar que a depreciação (do iuan) não seja usada com propósitos competitivos no comércio”, disse Mnuchin a repórteres neste sábado.
O iuan caiu mais de 8 por cento em relação ao dólar desde o fim de abril, para aproximadamente 6,91 no fechamento de sexta-feira, próximo de 7,0, valor psicologicamente importante e que não é visto há uma década.
No comunicado do Comitê Financeiro e Monetário Internacional, os países-membros do Fundo também concordaram em debater maneiras de melhorar a Organização Mundial do Comércio para melhor endereçar disputas comerciais.
“Reconhecemos que um mercado de bens, serviços e investimentos livre, justo e benéfico mutuamente é chave para o crescimento e criação de empregos”, disse o IMFC em comunicado.
“Vamos evitar desvalorizações competitivas e não usaremos objetivos para taxa de câmbio com propósitos competitivos”, acrescentou.
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