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Onyx diz que governo Bolsonaro dará mais previsibilidade sobre câmbio, mas não haverá meta

O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM- RS), futuro ministro-chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PSL) - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM- RS), futuro ministro-chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PSL) Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

29/10/2018 12h45Atualizada em 29/10/2018 16h28

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), indicado como futuro ministro da Casa Civil, disse nesta segunda-feira (29) que o Banco Central no governo de Jair Bolsonaro (PSL) trabalhará com a definição de variações para juros e câmbio e que buscará dar maior previsibilidade a empresários em relação à oscilação da moeda norte-americana.

Ao ser questionando sobre o estabelecimento de uma meta para câmbio, contudo, ele negou que a investida esteja nos planos, mas não deu detalhes sobre como a dinâmica para o dólar funcionará.

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"Não (vai ter meta)..., mas se temos um país que precisa ter inflação sob controle você tem que ter variações (do câmbio) para aceitar que a inflação esteja dentro de uma variação razoável, para manter emprego, trabalho e renda", disse.

"Os juros têm que estar também dentro de uma variação", acrescentou ele a jornalistas, em um hotel próximo à casa de Bolsonaro.

A ideia de algum controle sobre o comportamento do dólar vai na contramão do câmbio flutuante hoje vigente, um dos pilares do tripé macroeconômico. A manutenção do tripé, também composto por regime de meta fiscal e para inflação, é firmemente defendida pelo economista liberal Paulo Guedes, indicado por Bolsonaro ao comando do Ministério da Fazenda.

Procurado, Guedes não se manifestou imediatamente sobre o assunto.

Independência do BC

Onyx reafirmou que o BC será independente e apontou que as metas a serem cumpridas pela autoridade monetária sobre inflação e juros serão estruturadas por Guedes.

"Conceitualmente é: Banco Central independente e que terá o presidente do Banco Central com metas a cumprir e vai ter que ter compromissos na área inflacionária e na área de juros para manter dentro de níveis que sejam compreendidos pela equipe econômica como desejáveis para o Brasil crescer”, declarou.

"Não vamos ter metas, mas vamos adequar. A decisão é do Paulo Guedes e não minha. O futuro ministro da Economia é que vai definir o traçado que a economia vai seguir”, complementou.

Atualmente, o BC só tem meta para a inflação, com liberdade para fixar o nível de juros buscando controlar o avanço de preços na economia.

Próximos passos

Na terça-feira (30), Onyx fará uma reunião de trabalho com Bolsonaro e Guedes para definir as diretrizes do futuro governo. A perspectiva é de que os nomes dos técnicos da equipe de transição sejam definidos até quinta-feira (1º) para serem apresentados ao atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Os trabalhos das equipes de transição começarão na semana que vem, e o presidente eleito deve ir à capital federal na próxima semana. Onyx defende que os nomes dos novos ministros sejam anunciados entre o fim de novembro e o início de dezembro.

Bolsonaro pretende fazer sua primeira viagem internacional ao Chile e depois deve ir para Estados Unidos e Israel.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Ricardo Brito; Edição de Marcela Ayres)

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