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Embaixador chinês alerta de consequências desastrosas caso EUA não ceda sobre acordo

27/11/2018 20h08

Por David Brunnstrom e David Lawder e Matt Spetalnick

WASHINGTON (Reuters) - A China participa da cúpula do G20 nesta semana torcendo por um acordo para amenizar uma danosa guerra comercial com os Estados Unidos, disse o embaixador de Pequim em Washington nesta terça-feira, alertando sobre consequências desastrosas se linhas-dura dos EUA tentarem separar as duas maiores economias dos EUA.

Falando à Reuters antes de se unir à delegação do presidente chinês Xi Jinping na cúpula do G20 em Buenos Aires, Cui Tiankai disse que a China e os EUA têm uma responsabilidade conjunta de cooperar pelos interesses da economia global.

Questionado se pensa que linhas-dura na Casa Branca estão buscando separar as economias da China e dos EUA, Cui disse que ele não acha ser possível ou útil fazê-lo, acrescentando: "Eu não sei se pessoas realmente percebem as possíveis consequências - o impacto negativo - se houver tal descasamento".

Ele desenhou paralelos entre as guerras tarifárias de 1930 entre países industriais, que contribuíram para o colapso do comércio global e elevaram tensões nos anos antes da Segunda Guerra Mundial.

"As lições da história ainda estão aí. No último século, tivemos duas guerras mundiais. E entre elas, a Grande Depressão. Eu não acho que ninguém deveria realmente tentar ter uma repetição da história. Essas coisas nunca deveriam acontecer de novo, então as pessoas têm de agir de forma responsável".

Questionado se acha que as tensões atuais, que tiveram ambos os lados impondo tarifas recíprocas sobre centenas de bilhões de dólares em bens, podem se degenerar em um conflito total, Cui chamou o resultado de "inimaginável" e que os dois países devem fazer de tudo para preveni-lo.

Cui disse que a China não quer uma guerra comercial e buscou uma solução negociada para o impasse cuja origem está nas demandas do presidente Donald Trump por concessões chinesas de longo alcance para corrigir um grande desequilíbrio comercial.

"Acreditamos que a chave para uma solução negociada para questões comerciais é uma abordagem equilibrada às preocupações de ambos os lados e até o momento eu não vi resposta suficiente do lado dos EUA às nossas preocupações", disse Cui.

"Não podemos aceitar que um lado coloque na mesa uma série de demandas e o outro lado só possa satisfazer essas coisas".