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Governo Trump estudará ferramentas para aumentar tarifas dos EUA sobre carros chineses

29/11/2018 09h32

WASHINGTON (Reuters) - O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, disse que está estudando todas as ferramentas disponíveis para aumentar as tarifas do país sobre veículos chineses para os 40% que agora são cobrados sobre os veículos dos Estados Unidos na China.

Lighthizer disse em nota criticando as "flagrantes" tarifas sobre os automóveis norte-americanos que está estudando o assunto por orientação do presidente dos EUA, Donald Trump.

A nota veio poucos dias antes de Trump se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, em Buenos Aires (Argentina), em uma reunião que pode aliviar ou intensificar a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Tarifas automotivas sobre os dois lados foram aumentadas de maneira retaliativa. Os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 25% sobre veículos chineses em cima dos 2,5% que já eram normalmente cobrados.

A China baixou as tarifas para todos os outros países para 15%, mas impôs uma tarifa adicional retaliativa de 25% aos veículos norte-americanos.

As exportações de veículos chineses para os Estados Unidos são relativamente pequenas. O gigante asiático exportou 53.300 veículos para o mercado norte-americano no ano passado e importou 280.208 veículos manufaturados nos Estados Unidos, de acordo com dados do Centro de Pesquisa de Tecnologia Automotiva da China (CATARC), um think-tank ligado ao governo chinês.

As montadoras já estão remanejando suas produções globais para absorver as crescentes tensões comerciais entre as duas principais economias do mundo.

A Volvo, que é de propriedade da montadora chinesa Geely, planeja mudar a maior parte da produção de seu SUV campeão de vendas XC60 voltado para exportação aos EUA de sua unidade em Chengdu, na China, para fábrica em Torslanda, na Suécia.

O governo Trump busca mudanças bruscas sobre políticas de Estado da China, incluindo novas proteções de propriedades intelectuais dos EUA no país, um fim para requisições de joint-venture, mais acesso para empresas norte-americanas no vasto mercado chinês e cortes dos subsídios industriais do país.

Como o presidente (Trump) repetidamente afirma, as políticas industriais agressivas, direcionadas pelo Estado (da China), estão causando danos severos às indústrias e trabalhadores dos EUA", disse Lighthizer. "Estamos abordando essas questões com a China. Até agora, a China não trouxe propostas de reforma significativas."

(Por David Lawder)