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Trump diz que China cortará tarifas de carros dos EUA após trégua comercial

David Lawder e Christian Shepherd

03/12/2018 08h16

WASHINGTON/PEQUIM, 3 Dez (Reuters) - A China concordou em "reduzir e remover" tarifas abaixo do nível de 40% que Pequim cobra atualmente de veículos fabricados nos Estados Unidos, disse o presidente Donald Trump, agora que uma trégua comercial entre os dois países está ganhando impulso e animando os mercados.

Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, concordaram em adiar novas tarifas durante conversas na Argentina no sábado (1º), declarando uma trégua depois de meses de escalada nas tensões no comércio e em outras áreas.

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Em um encontro de duas horas e meia, os EUA concordaram em não elevar mais as tarifas em 1º de janeiro, e a China concordou em comprar mais produtos agrícolas dos agricultores norte-americanos imediatamente.

Os dois lados também concordaram em iniciar debates sobre como resolver assuntos preocupantes, como a proteção à propriedade intelectual, barreiras comerciais não-tarifárias e o roubo cibernético.

Mas a Casa Branca também disse que as atuais tarifas de 10% sobre US$ 200 bilhões de bens chineses serão elevadas para 25% se não se chegar a um acordo dentro de 90 dias, o que reinicia o cronômetro.

Tuitando na noite de sábado, Trump disse: "A China concordou em reduzir e remover tarifas sobre carros indo dos EUA para a China. Atualmente a tarifa é de 40%". Ele não deu detalhes.

Agências reguladoras da China não responderam a pedidos de comentário sobre o que seria um impulso em potencial para montadoras como Tesla e BMW, que fabricam nos EUA e exportam para a China.

Nenhum dos países mencionou tarifas a automóveis nas transcrições oficiais da reunião Trump-Xi.

Falando em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, reiterou comentários do principal diplomata do governo, o conselheiro de Estado Wang Yi, que disse no sábado que o objetivo final é a eliminação de todas as tarifas.

"O consenso obtido pelos líderes de nossos dois países é deter a imposição de novas tarifas, e ao mesmo tempo os líderes dos dois lados instruíram as equipes econômicas dos dois lados a intensificarem as conversas para a remoção de todas as tarifas que foram impostas", disse Geng em um boletim de notícias diário.

As ações e commodities chinesas e a moeda yuan tiveram alta, apesar das incertezas que pairam sobre o acordo. O índice de referência Shanghai Composite fechou o pregão 2,6% mais elevado com 2.654,80 pontos, e o índice blue-chip CSI300 subiu 2,8% – ambos tiveram seus maiores ganhos diários desde 2 de novembro.

(Reportagem adicional de Meng Meng e Stella Qiu em Pequim, Andrew Galbraith e David Stanway em Xangai e Noah Sin e Anne Marie Roantree em Hong Kong)

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