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Eunício reforça que não pautará cessão onerosa enquanto não houver acordo com governo

12/12/2018 14h07

12 Dez (Reuters) - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), voltou a afirmar nesta quarta-feira (12) que não colocará o projeto de lei da cessão onerosa enquanto não houver um acordo com o governo federal sobre a repartição dos recursos entre estados e municípios.

Segundo a Agência Senado, já havia sido acertado entre o atual e o futuro governo que estados e municípios receberiam 20% do bônus de assinatura do pré-sal na Bacia de Santos.

Mas o senador lembrou que o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, mostrou resistência à edição de uma medida provisória que garantiria a partilha, o que, no entendimento da Fazenda, viola a lei do teto de gastos.

"Inesperadamente em uma reunião no Palácio (do Planalto), ele (Guardia) disse para o presidente (Michel Temer) que se recusava a assinar a medida provisória que dava o percentual de apenas 20% para estados e municípios. Nós temos emenda com 100%. Se eu botar esse projeto para votar, o projeto vira pauta-bomba", afirmou Eunício.

Para ele, o caso não se configura como violação do teto de gastos, uma vez que a Constituição é clara ao considerar os recursos provenientes da extração de petróleo como transferência constitucional.

Em encontro com jornalistas nesta quarta-feira, Guardia reconheceu o impasse em torno do projeto, já que, para ele, o repasse de recursos a estados e municípios teria que ser submetido à regra do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas públicas. No entendimento de Guardia, para esse repasse, a União teria que cortar despesas em montante equivalente para fazer essa compensação orçamentária.

Eunício voltou a defender que o projeto seja aprovado pelo plenário do Senado sem emendas, o que evitaria que a matéria volte à Câmara, garantindo celeridade à tramitação. A repartição de recursos passaria pela edição de uma medida que formalizasse a divisão entre estados e municípios.

Pelo projeto de lei no Senado, o governo poderia viabilizar o leilão do petróleo excedente da área da cessão onerosa, cujo contrato original foi assinado com a Petrobras.

Além de permitir uma prevista renegociação de contrato entre Petrobras e União, o projeto de lei prevê autorizar a Petrobras a vender para outras empresas até 70% dos direitos de exploração da estatal na área da cessão onerosa.

A Petrobras tem, pelo contrato original, direito de explorar até 5 bilhões de barris de óleo equivalente na área do pré-sal. Mas a região tem muito mais do que este volume.

Com a possível venda do excedente para petroleiras em um leilão, a expectativa é de que a União possa arrecadar até R$ 130 bilhões.

(Por Laís Martins, em São Paulo; reportagem adicional de Marcela Ayres, em Brasília)

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