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Ibovespa sofre embolso de lucros após recordes, mas sustenta 94 mil pts no fechamento

15/01/2019 18h05

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou em queda nesta terça-feira, após o Ibovespa se aproximar dos 95 mil pontos na máxima da sessão mais cedo, com agentes financeiros realizando lucros enquanto aguardam novidades sobre a proposta da reforma da Previdência, entre outras medidas do novo governo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,44 por cento, a 94.055,72 pontos. No melhor momento, no início da sessão, o Ibovespa chegou a 94.695,12 pontos, nova máxima histórica intradia. O volume financeiro totalizou 14,95 bilhões de reais.

"Não há nada de novo, então muitos aproveitam para realizar um pouco dos lucros", afirmou o chefe da área de renda variável da corretora de um banco de investimentos em São Paulo. No ano, o principal índice de ações da B3 acumulava até a véspera valorização de 7,49 por cento.

Em relação à aguardada proposta de reforma da Pevidência do novo governo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o presidente Jair Bolsonaro vai "bater o martelo" sobre o texto a ser enviado ao Congresso apenas quando voltar de Davos no final da próxima semana.

Antes de embarcar para a cidade suíça, porém, Bolsonaro vai assistir a uma apresentação feita pela equipe econômica sobre a reforma. O ministro da Economia, Paulo Guedes, está entre os que acompanham Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial na Suíça na próxima semana.

Profissionais da área de renda variável também citaram que, apesar da votação sobre o Brexit no parlamento britânico, o cenário era relativamente tranquilo nas praças acionárias globais, ajudado principalmente por expectativas de estímulos para a economia chinesa.

No final do dia, o parlamento britânico rejeitou acordo do Brexit negociado pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, trazendo alguma volatilidade. Ainda assim, em Wall Street, o S&P 500 tinha alta de mais de 0,9 por cento, com Netflix fortalecendo o setor de tecnologia.

DESTAQUES

- SANTANDER BRASIL UNIT caiu 2,29 por cento, entre as maiores perdas do Ibovespa, tendo no radar decisão do conselho de administração de seu controlador de que o banqueiro italiano Andrea Orcel não assumirá o cargo de presidente-executivo do banco na Espanha conforme planejado.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,56 por cento, também pesando em razão da forte fatia que detém na composição do indicador, com o setor de bancos como um todo fechando no vermelho. BRADESCO PN, porém, cedeu apenas 0,19 por cento e BANCO DO BRASIL declinou 1,16 por cento.

- CCR caiu 3,86 por cento, em movimento de correção, conforme a ação da empresa, que atua nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana, aeroportos e serviços, acumulava até a véspera alta de 25 por cento em 2019.

- VALE caiu 0,48 por cento, revertendo ganhos registrados mais cedo na sessão e contribuindo do lado negativo no Ibovespa, dada a sua relevante participação na composição do índice. Na Europa, as ações de mineradoras subiram.

- PETROBRAS PN fechou com variação negativa de 0,08 por cento, em dia de alta para os preços do petróleo, mas com alguma realização de lucros após ganho de 9,57 por cento no ano até a véspera, enquanto permanecem algumas dúvidas sobre o desfecho da revisão do contrato de cessão onerosa com a União.

- SUZANO subiu 8,46 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa. A fabricante de celulose divulgou na véspera a conclusão da operação envolvendo a incorporação da Fibria. "Agora que o negócio foi concluído com sucesso, acreditamos que a Suzano deve focar totalmente nas próximas etapas estratégicas", afirmaram analistas do Bradesco BBI.

- VIA VAREJO subiu 3,32 por cento, na quarta alta seguida, tendo como pano de fundo dados positivos sobre as vendas no comércio no país, com o ICVA mostrando em 2018 a primeira alta desde 2014 e o IBGE reportando o melhor resultado para novembro em 18 anos. No setor, contudo, MAGAZINE LUIZA caiu 1,13 por cento e B2W subiu 1,43 por cento.