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Suzano vê fim de desestocagem na China, fundamentos de mercado sustentam preços

22/02/2019 12h16

SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, avalia que o movimento iniciado no final do ano passado de consumo de estoques de papel por clientes na China, que fez a companhia reduzir embarques de celulose para o país, está perto do final, o que deve servir de suporte para os preços da matéria-prima nos próximos meses.

O presidente-executivo da companhia, formada a partir da integração neste ano da Suzano Papel e Celulose com a Fibria, Walter Schalka, afirmou durante teleconferências com analistas e jornalistas que a Suzano tem mantido contatos frequentes com clientes no país asiático e que "nenhum deles relatou queda de demanda. Relataram demanda crescente em virtude do crescimento do mercado de tissue (papéis sanitários)".

Schalka afirmou que o movimento de consumo de estoques de papel na China no final do ano passado ocorreu em meio à guerra comercial iniciada por Washington contra Pequim, que promoveu medidas para redução de crédito para uma série de setores, incluindo o de papel.

"Isso fez com que a cadeia na China fizesse um processo de desestocagem. Agora essa cadeia está desabastecida, não sabemos se pode haver um processo de reestocagem, mas eles vão ser obrigados a voltar com fluxo de compra porque a ponta está com estoques muito baixos", disse o executivo. "O volume de celulose vai voltar a fluir. Estamos acompanhando semana a semana", acrescentou.

O consumo de estoques de papel fez a Suzano reduzir embarques de celulose do Brasil quando os volumes da matéria-prima começaram a subir na região entre o terceiro e quarto trimestres do ano passado, disseram executivos da companhia.

Em janeiro e fevereiro, a companhia definiu preços de celulose de 780 dólares para a China, 1.210 dólares para a América do Norte e 1.010 dólares na Europa. Executivos da companhia evitaram fazer comentários sobre se estes valores serão mantidos em março.

As ações da Suzano exibiam recuo de 0,57 por cento, a 47,37 reais, enquanto o Ibovespa mostrava valorização de 0,35 por cento.

(Por Alberto Alerigi Jr.; edição Paula Arend Laier)