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Raízen já fixou mais de 60% do açúcar da safra 2019/20, diz CEO

19/03/2019 11h23

SÃO PAULO (Reuters) - A Raízen Energia, maior grupo sucroenergético do mundo, já fixou mais de 60 por cento do açúcar a ser produzido na safra 2019/20, temporada na qual pretende elevar o plantio de cana em cerca de 25 por cento ante o registrado no ciclo anterior, afirmou nesta terça-feira o presidente da companhia, Luis Henrique Guimarães.

"Estamos com mais de 60 por cento da safra que entra com preços fixados, com preços 15 por cento superiores", disse ele durante o Cosan Day 2019, evento anual da companhia com investidores, realizado em São Paulo.

A Raízen é uma joint venture entre Cosan e Shell.

Guimarães não detalhou a fixação em volume nem quais os preços do hedge.

Ele explicou que no ano passado, mesmo com o Brasil "retirando quase 10 milhões de toneladas de açúcar do mercado", dado o maior foco na produção de etanol, houve superávit global do adoçante, pressionando as cotações da commodity. Agora, contudo, já há sinais de recuperação nos valores.

Diversas consultorias vêm apostando em um déficit na oferta mundial na temporada 2019/20, que se inicia em outubro, o que potencialmente daria sustentação aos preços do açúcar.

Guimarães disse ainda que a Raízen planeja expandir o plantio de cana na nova safra.

"Desde o ano passado, voltamos forte (com a renovação de canaviais). Não fazia sentido ter renovação quando se tinha custos elevados.... Pretendemos plantar 105 mil hectares na próxima safra", afirmou ele, lembrando que em 2018/19 a renovação foi de quase 85 mil hectares.

Segundo o executivo, melhorar a produtividade das plantações via renovação e recuperar as lavouras da Tonon, cujas usinas foram adquiridas pela Raízen em meados de 2017, são ações necessárias para se impulsionar a moagem de cana nos próximos anos.

Mais cedo, a Cosan divulgou guidance para a temporada 2019/20 em que prevê recuperação na moagem de cana, para algo entre 61 milhões e 63 milhões de toneladas, após 59,7 milhões no ciclo vigente (2018/19).

(Por José Roberto Gomes)