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Encomendas de núcleo de bens duráveis dos EUA têm forte aumento; pedidos de auxílio-desemprego sobem

25/04/2019 10h51

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - As novas encomendas de bens duráveis tiveram a maior alta em oito meses em março, mas uma queda nos embarques sugere que os gastos das empresas com equipamentos diminuiu no primeiro trimestre.

Outros dados divulgados nesta quinta-feira mostraram que o número de norte-americanos que solicitaram auxílio-desemprego registrou seu maior aumento em 19 meses na semana passada. A tendência nos pedidos do auxílio, no entanto, permanece consistente com um mercado de trabalho forte.

O Departamento do Comércio informou que as encomendas de bens duráveis não relacionados a defesa e excluindo aeronaves, uma medida observada de perto para a definição dos planos de negócios, aumentaram 1,3 por cento, impulsionados por uma salto na demanda por computadores e produtos eletrônicos.

Esse foi o maior aumento desde julho do ano passado. Os dados de fevereiro foram ligeiramente revisados para mostrar que as encomendas do chamado núcleo dos bens duráveis subiram 0,1 por cento, em vez de queda de 0,1 por cento como divulgado anteriormente.

Os embarques do núcleo de bens duráveis caíram 0,2 por cento em março, depois de terem subido 0,2 por cento no mês anterior. Os pedidos do núcleo de bens duráveis são usados para calcular os gastos com equipamentos no cálculo do Produto Interno Bruto do governo.

A expectativa é que os gastos empresariais com equipamentos tenham desacelerado no primeiro trimestre, devido ao impacto atrasado de quedas acentuadas nos preços do petróleo no final de 2018 e ao enfraquecimento das provisões de depreciação na conta fiscal de 2018.

A alta de março nas encomendas do núcleo de bens de capital, no entanto, sugere uma recuperação nos gastos das empresas nos próximos meses.

O número também implica alguma estabilização na atividade manufatureira, que tem sido pressionada pela diminuição do estímulo do pacote de cortes tributários de 1,5 trilhão de dólares e por interrupções na cadeia de fornecimento causadas pela guerra comercial entre Washington e Pequim.

Em um relatório separado, o Departamento do Comércio informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 37 mil, para 230 mil na semana encerrada em 20 de abril em dado ajustado sazonalmente, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. O aumento foi o maior desde o início de setembro de 2017.

As solicitações caíram para 193 mil na semana anterior, que foi o nível mais baixo desde setembro de 1969.

Economistas consultados pela Reuters previam que os pedidos aumentariam para apenas 200 mil na última semana. O Departamento do Trabalho disse que nenhum Estado foi estimado na semana passada. As solicitações tendem a ser voláteis nessa época do ano, devido às datas do feriado de Páscoa, além das férias de primavera nas escolas e faculdades.

Apesar da volatilidade, a força do mercado de trabalho permanece intacta. A média móvel de quatro semanas dos pedidos iniciais do auxílio, considerada uma referência melhor das tendências do mercado de trabalho uma vez que elimina a volatilidade semanal, subiu em 4,5 mil, para 206 mil na semana passada.

O crescimento do número de empregos atingiu uma média de 180 mil no primeiro trimestre, bem acima dos cerca de 100 mil empregos por mês necessários para acompanhar o crescimento da população em idade ativa. A taxa de desemprego está em 3,8 por cento, perto do nível de 3,7 em que autoridades do Federal Reserve estimam que ela estará até o final do ano.

(Por Lucia Mutikani)

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447509))

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