Petrobras vai manter liderança em refino no Brasil após desinvestimentos, diz diretora
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras vai manter a liderança no mercado de refino, mesmo após a conclusão de seu plano de venda de oito refinarias, que prevê a transferência dos ativos aos compradores em 2021, disse a diretora executiva da Refino e Gás Natural da companhia, Anelise Quintão Lara, em carta a funcionários vista pela Reuters.
A Petrobras divulgou em 26 de abril um plano para vender oito refinarias no Brasil, o que poderia arrecadar até 20 bilhões de dólares, segundo avaliação de uma fonte da empresa.
Juntas, as refinarias que devem ser negociadas pela estatal, todas fora dos Estados de Rio de Janeiro e São Paulo, somam capacidade total de 1,1 milhão de barris de petróleo por dia, ou metade da capacidade de refino da empresa.
"Eu gostaria de ressaltar que a atividade de refino permanece estratégica para a Petrobras e não pretendemos realizar novos movimentos de desinvestimento neste setor além deste que agora anunciamos", afirmou Anelise na carta, publicada na noite de sexta-feira em canal interno da companhia.
"A Petrobras dispõe de tecnologias, processos e pessoas altamente capacitadas e experientes, que vão permitir que a empresa mantenha a posição de liderança no segmento, mesmo após a entrada de novas companhias no refino, como ocorreu com a área de E&P (Exploração e produção) no Brasil", acrescentou.
A executiva disse que a divulgação oficial do desinvestimento ocorrerá no final do primeiro semestre, com "etapas subsequentes" entre o segundo semestre deste ano e o primeiro semestre de 2020.
"Depois disso, as refinarias, cuja negociação for bem sucedida, serão separadas do nosso parque de refino e vão se transformar em empresas independentes. Será iniciada, então, a fase de transferência da operação e o fechamento do negócio, o que deverá ocorrer em 2021", explicou.
Segundo a diretora, após a venda de cada refinaria haverá um período de transição, cuja duração será negociada, até a transferência completa da operação ao comprador.
Em meio a esse processo, acrescentou, a Petrobras prevê oferecer "um cardápio de opções" aos empregados da área de refino, que devem ser impactados pelos desinvestimentos.
"Já há um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) anunciado pela companhia e outras opções também surgirão, como a realocação interna, conforme interesse da companhia, plano de desligamento via acordo, existindo ainda a possibilidade de o empregado migrar para as novas empresas de refino que serão constituídas", afirmou.
Na carta, a diretora defendeu ainda que "os desinvestimentos em refino abrirão caminho para uma Petrobras mais sustentável" e informou que irá visitar, nas próximas semanas, todas as refinarias para discutir resultados, planos e estratégias para o futuro.
Os ativos de refino incluídos no programa de desinvestimento são Abreu e Lima (Rnest), Unidade de Industrialização do Xisto (Six), Refinaria Landulpho Alves (Rlam), Refinaria Gabriel Passos (Regap), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).
Analistas e especialistas do setor dizem que, embora os desinvestimentos ajudem a Petrobras a sustentar suas finanças, podem falhar na tentativa de criar um mercado de refino competitivo no Brasil, uma vez que os principais mercados do país ficarão ainda nas mãos da empresa.
(Por Marta Nogueira)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.