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Governo está confiante em atingir "meio termo" com Congresso sobre Previdência, diz Guedes

Por Mateus Maia

29/05/2019 13h38

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira estar confiante no alcance de um meio termo e um objetivo comum com o Congresso em prol da reforma da Previdência.

Guedes fez os comentários após se reunir com a bancada do Partido Progressista (PP), integrante do chamado Centrão, grupo de legendas cujos deputados têm demonstrado certa resistência à reforma.

Também presente na reunião e líder do PP na Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou que o partido apoia a reforma, mas sem pontos polêmicos, como a aposentadoria rural, a desconstitucionalização da Previdência e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

"Nós somos a favor da reforma, o número proposto pelo governo é de R$ 1,2 trilhão. Esses temas que nós sempre levantamos não são os temas que irão prejudicar a reforma básica de R$ 1 trilhão", explicou o deputado.

O valor de R$ 1 trilhão tem sido reiterado pelo governo como o piso de economia esperada em dez anos com a reforma. Segundo autoridades do governo, entre as quais o ministro Guedes, valores inferiores a esse total inviabilizariam o lançamento do novo modelo de capitalização.

"A gente reafirma que trabalhador rural, BPC, desconstitucionalização e principalmente a questão dos Estados e municípios retornarão para duas esferas de origem. E isso não acarretará nenhum real de economia para a reforma da Previdência que nós votaremos aqui ", completou o líder do PP.

Perguntado se seria possível entregar 39 votos favoráveis à reforma caso esses temas sejam apaziguados, Lira disse que é "bem possível".

Regra de ouro

Mais cedo, Guedes explicou o termo "embananou" --utilizado em discurso em seminário pela manhã-- para se referir ao pedido ao Congresso de crédito suplementar de quase R$ 250 bilhões.

Esse crédito é necessário para impedir que o governo descumpra a chamada regra de ouro --que não permite a tomada de dívidas para pagamento de despesas correntes, como pagamentos de salários e aposentadorias.

Segundo o ministro, alguns técnicos da pasta chegaram à conclusão de que seria suficiente o aval para um valor menor, em torno de R$ 150 bilhões.

Mas Guedes disse que o relator do projeto de abertura do crédito, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), questionou a aparente confusão de números.

"O embananamento é isso", disse Guedes. "Está todo mundo preparado para aprovar uma coisa, aí chega outra", disse o ministro.

Guedes afirmou não ser "sensato" colocar em risco a disposição de recursos para realizar pagamentos da Previdência Social, Bolsa Família, Plano Safra, entre outros programas, apenas por causa dessa diferença técnica de aprovar o todo ou a parte. "Aprova logo o todo e simplifica tudo", concluiu.