Juros médios de financiamentos caem ao menor nível do ano em setembro, aponta BC
BRASÍLIA (Reuters) - Os juros médios cobrados em financiamentos no país caíram a 36,9% ao ano em setembro, redução de 1 ponto sobre agosto, atingindo a taxa mais baixa observada no ano, divulgou o Banco Central nesta sexta-feira.
Os dados dizem respeito ao segmento de recursos livres, em que as taxas são livremente definidas pelas instituições financeiras.
Apesar do barateamento, a taxa ainda é mais alta que o patamar de 35,6% ao ano observado em dezembro de 2018.
Na prática, isso significa que apesar de a Selic já ter caído 1 ponto de lá para cá, chegando à mínima histórica de 5,5% ao ano no mês passado, os juros cobrados aos consumidores no país seguem em patamares elevados.
"Na economia brasileira ainda temos juros altos que estão em processo de redução e se deseja que se reduzam mais ainda", reconheceu o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.
Ele ponderou, por outro lado, que dezembro é um mês tradicionalmente marcado pela diminuição nos juros médios. Isso porque, com o recebimento do 13º salário pelas pessoas físicas, há o pagamento de dívidas mais caras, o que acaba reduzindo o saldo do cartão de crédito e do cheque especial --duas modalidades com custos significativamente elevados.
Rocha avaliou que isso não invalida a leitura de que as taxas médias ainda são altas, mas pontuou que elas estão em trajetória de redução, na esteira do ciclo de afrouxamento monetário que vem sido promovido.
Em setembro, o spread, que mede a que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, teve um recuo de 0,8 ponto no segmento de recursos livres, a 30,8 pontos percentuais.
Já a inadimplência no mesmo segmentou ficou estável em 3,9% no mês.
ALTA DO CRÉDITO
O estoque total de crédito no Brasil, que inclui também o segmento de recursos direcionados, subiu 1,0% em setembro sobre agosto, a 3,361 trilhões de reais, passando a 47,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
No acumulado de janeiro a setembro, o estoque geral de crédito no país sofreu uma elevação de 3,2%. Em 12 meses, a alta foi de 5,8%, marcada pela forte expansão do saldo de financiamentos às famílias (+11,3%), enquanto houve retração para as empresas (-0,9%).
No mês passado, o BC estimou um crescimento do crédito de 5,7% em 2019, mais baixo que a perspectiva anterior de 6,5%, justamente pela piora esperada nos empréstimos às pessoas jurídicas.
Para 2020, a projeção de expansão no crédito no país é de 8,1%.
(Por Marcela Ayres; Edição de Camila Moreira e Isabel Versiani)
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