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Petrobras quer prêmio por fatia na TAG; refino será maior parte de desinvestimento

04/12/2019 15h30

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras pretende vender "com prêmio" a sua fatia remanescente na Transportadora Associada de Gás (TAG), empresa de gasodutos que foi arrematada por um consórcio formado pela elétrica Engie e um fundo canadense, disse nesta quarta-feira o diretor de Relações Institucionais da estatal brasileira, Roberto Ardenghy.

Segundo ele, não se deve pensar que os 10% restantes da Petrobras na TAG serão vendidos por valor proporcional aos 33,5 bilhões de reais que Engie e o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) pagaram por 90% do ativo de transporte de gás.

"A ideia é vender esse resíduo de participação com a vantagem de vender com prêmio", disse ele a jornalistas, em evento do grupo Lide Rio de Janeiro.

"Quando você vende um negócio que dá certo, você pode vender com prêmio. Eles (a Engie) têm direito de preferência... quando você quer adquirir o controle total, você tem pagar mais", acrescentou, sem revelar um estimativa de valor.

Na véspera, o diretor-presidente Engie Brasil Energia, Maurício Bähr, disse que o grupo quer exercer seu direito de preferência de compra.

Segundo ele, esse tema deve ser discutido já no primeiro semestre do ano que vem.

Bähr disse que a Engie tem direito de preferência para comprar de 65% a 70% da fatia restante da Petrobras na TAG.

REFINARIAS

A fatia na TAG faz parte de um ampla carteira de desinvestimentos da Petrobras, que anunciou em seu novo plano de negócios a intenção de vender entre 20 bilhões e 30 bilhões de dólares em ativos até 2024.

Segundo ele, o desinvestimento poderá ficar mais perto do teto da estimativa se a Petrobras precisar de caixa para fazer frente a investimentos, por exemplo, ou se identificar mais ativos com retorno abaixo do esperado, que poderão ser vendidos.

"Os desinvestimentos incluem as oito refinarias até 2022, e esses são os ativos mais parrudos e maiores porque já vendemos os três gasodutos, Liquigás e participação na BR", disse ele.

"E no momento não pensamos em vender algum grande ativo no pré-sal", frisou ele.

Além da venda de ativos, a empresa vai continuar perseguindo a redução de custos.

A digitalização das operações pode ajudar a reduzir custos de extração no pré-sal e na construção de um poço, atualmente em 5 dólares por barril e cerca de 100 milhões de dólares, respectivamente.

A participação do diretor no evento do Rio de Janeiro ocorreu no mesmo dia em que outros executivos da empresa estão em Nova York, detalhando o plano de negócio no Petrobras Day.

(Por Rodrigo Viga Gaier)