Ibovespa oscila pouco à espera de negociação entre EUA e China
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista não tinha um viés firme nesta terça-feira, tendo de pano de fundo a falta de tendência única em praças acionárias externas, com agentes financeiros na expectativa sobre as negociações comerciais entre China e Estados Unidos, conforme se aproxima o prazo para a adoção de novas tarifas pelos norte-americanos contra produtos chineses.
Às 11:36, o Ibovespa caía 0,03%, a 110.946,03 pontos. O volume financeiro somava 3,13 bilhões de reais.
Em meio a expectativas sobre as negociações China-EUA, repercutiu positivamente reportagem do Wall Street Journal que cita autoridades de Washington e Pequim afirmando que negociadores dos dois países estão trabalhando em um adiamento na entrada em vigor das novas tarifas norte-americanas marcadas para 15 de dezembro.
A notícia tirou o Ibovespa da mínima da sessão, quando chegou a cair 0,6%, a 110.282,17 pontos.
De acordo com a equipe da Guide Investimentos, a falta de progresso nas negociações comerciais entre China e EUA pesava sobre o desempenho dos mercados mais cedo nesta terça-feira.
Investidores também estão atentos a reuniões de política monetária, particularmente do Federal Reserve, nos EUA, mas também do Banco Central do Brasil, em especial os comunicados que acompanharão as respectivas decisões na quarta-feira.
DESTAQUES
- MARFRIG ON avançava 2,3%, destaque na ponta positiva do Ibovespa, com estimativa de associação da indústria do setor de que a exportação brasileira de carne bovina alcance recorde de 1,828 milhão de toneladas em 2019. A Abiec também calcula que os embarques de carne bovina do Brasil em dezembro alcançarão 185.344 toneladas, o que seria o segundo maior volume mensal no ano.
- BTG PACTUAL UNIT recuava 2,2%, após renovar marca histórica na véspera. Agentes financeiros veem os papéis como melhor veículo para se anteciparem ao IPO da XP Inc, que deve ser precificado nesta terça-feira nos Estados Unidos. No setor de bancos, ITAÚ UNIBANCO PN tinha queda de 0,3%, mas BRADESCO PN tinha acréscimo de 0,3%.
- KLABIN UNIT e SUZANO ON subiam 2% e 0,8%, respectivamente. Analistas do Itaú BBA reiteraram recomendação 'outperform' para os papéis, destacando em relatório a clientes que os estoques globais de celulose.
- JBS ON perdia 0,45% após o Ministério Público Federal de Brasília ajuizar ação pública por improbidade administrativa contra 14 pessoas. A ação também inclui o frigorífico e a J&F Investimentos, citando fraudes no sistema BNDES/BNDESpar com o intuito de favorecer o grupo e facilitar o processo de internacionalização da empresa, em que cobra dos envolvidos 21 bilhões de reais em ressarcimento de danos e multas.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON avançavam 0,2% cada, apesar do declínio dos preços do petróleo no exterior. A estatal informou na segunda-feira que finalizou a venda da totalidade da sua participação em 34 campos de produção terrestres, localizados na Bacia Potiguar, por 266 milhões de dólares.
- AZUL PN mostrava declínio de 2,7%, em sessão de ajustes, após terminar a semana passada com valorização de 3%. GOL PN recuava 3,6%.
- BR DISTRIBUIDORA ON subia 0,4%, recuperando parte das perdas na véspera, quando fechou em baixa de 2,1%.
- TELEFÔNICA BRASIL PN perdia 0,8%, afetada por nova fase da operação Lava Jato que tem como objetivo investigar repasses financeiros suspeitos de cerca de 170 milhões de reais da empresa e da Oi em favor do grupo Gamecorp/Gol, que tem um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como controlador. OI ON, que não está no Ibovespa, cedia 2,1%. No setor, TIM caía 0,55%.
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