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Refinarias podem reduzir produção de combustível de aviação devido ao coronavírus

Refinaria de petróleo - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Refinaria de petróleo Imagem: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Seng Li Peng e Jessica Jaganathan

13/03/2020 19h47

CINGAPURA (Reuters) - Refinarias podem restringir a produção de combustível de aviação, ao reduzir parcialmente seu processamento de petróleo, em meio à queda do valor do produto frente ao diesel depois que os Estados Unidos disseram que irão banir voos provenientes da Europa para conter a disseminação do coronavírus.

A diferença entre o combustível de aviação e o diesel caiu para um desconto de 3,86 dólares por barril na quinta-feira, menor nível desde 13 de agosto de 2015, segundo dados da S&P Global Platts.

O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na quarta-feira que foram vetadas viagens aos EUA provenientes de 26 países europeus, por período de 30 dias. No mesmo dia, a Índia disse que iria suspender a concessão de vistos para viagem ao país.

Como resultado da medida dos EUA, a demanda por combustível de aviação pode cair entre 200 mil e 250 mil barris por dia, uma redução dividida entre os mercados norte-americanos e europeus ao longo dos 30 dias de validade do veto, disse o principal analista de refino da Wood Mackenzie, Mark Williams.

As refinarias podem lidar com o menor valor do combustível para aviação cortando suas taxas de processamento para menor fabricação do produto, que geralmente é feito durante a destilação inicial do petróleo em derivados.

"Eu tenho certeza de que elas já estão fazendo o possível para reduzir a produção de combustível de aviação", disse um agente de mercado nos EUA.

Os preços físicos do combustível de aviação na costa do Golfo dos EUA caíram para 20,25 centavos de dólar o galão abaixo dos futuros do óleo para aquecimento na bolsa de commodities de Nova York nesta semana, disseram operadores. É o menor nível para essa época do ano desde ao menos 2004, os mais antigos números disponíveis, segundo dados da Refinitiv.

"Isso (a restrição dos EUA a voos) é o fim do mercado de (combustível de) aviação e provavelmente precisará haver cortes no processamento na Europa", disse uma fonte em uma refinaria da Coreia do Sul.

"Isso terá um efeito também sobre os mercados da Ásia e as refinarias provavelmente terão que avaliar cortes no processamento", acrescentou.

Combustível de aviação geralmente não pode ser armazenado por longos períodos por riscos de perdas de qualidade, o que incentiva as refinarias a produzir menos.