Ministros da UE falham em chegar a acordo sobre resgate econômico
Por Jan Strupczewski e Francesco Guarascio
BRUXELAS (Reuters) - Os ministros das Finanças da União Europeia falharam em chegar a um acordo nas negociações sobre mais apoio para as economias atingidas pelo coronavírus, que duraram a noite toda, e seu presidente disse nesta quarta-feira que suspendeu as discussões até quinta-feira.
Fontes e autoridades diplomáticas disseram que uma briga entre Itália e Holanda sobre quais condições deveriam ser atribuídas ao crédito da zona do euro para os governos que lutam contra a pandemia estava bloqueando o progresso de meio trilhão de euros em ajuda.
"Após 16 horas de discussões, chegamos perto de um acordo, mas ainda não chegamos lá", disse Mario Centeno, presidente do Eurogrupo. "Suspendi o Eurogrupo e continuaremos amanhã."
Os ministros das Finanças, que iniciaram as negociações na terça-feira e a conduziram durante a noite toda com inúmeros intervalos para permitir negociações bilaterais, estão tentando concordar com um pacote de medidas para ajudar governos, empresas e indivíduos.
Eles esperavam concordar com um programa de meio trilhão de euros para atenuar a crise econômica e financiar a recuperação em relação à pandemia e virar a página sobre divisões que prejudicaram as relações enquanto o bloco luta contra o surto.
Mas brigas ressurgiram de forma proeminente outra vez, disse uma fonte diplomática: "Os italianos querem que uma referência à mutualização da dívida como um possível instrumento de recuperação seja analisada no futuro. Os holandeses dizem 'não'."
Uma autoridade que participou das negociações disse que, na madrugada, a Holanda era a única que se recusava a endossar um texto com o qual os ministros deveriam concordar para obter apoio a um novo conjunto de medidas econômicas dos 27 líderes nacionais do bloco.
O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, disse no Twitter que "nesta hora difícil, a Europa deve estar unida. Juntamente com (o ministro das Finanças da França,) Bruno Le Maire, peço a todos os países do euro que não se recusem a resolver essas difíceis questões financeiras e facilitem um meio-termo -- por todos os cidadãos".
A emissão de dívida conjunta tem sido uma batalha entre países do sul europeu -- economicamente enfermos, como Espanha e Itália -- e do norte -- fiscalmente forte, liderado pela Alemanha e Holanda -- desde que as crises financeira e da zona do euro começaram, há mais de uma década.
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