Banco Mundial vê "enorme disposição" para suspensão de pagamento de dívida de países mais pobres
Por Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O Banco Mundial está vendo "uma enorme disposição" por parte dos credores bilaterais oficiais para suspender o pagamento da dívida pelos países mais pobres do mundo, para que possam se concentrar no combate à pandemia de coronavírus, disse uma importante autoridade do banco nesta segunda-feira.
O diretor executivo do Banco Mundial, Axel van Trotsenburg, disse que o G20 e o G7 apoiaram amplamente um pedido do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para uma interrupção temporária nos pagamentos de dívida.
"Todo mundo entende que precisamos ajudar os países mais pobres. Existe uma enorme disposição --ninguém está questionando isso, absolutamente ninguém", disse a autoridade à Reuters em entrevista. "Acho que estamos em um bom lugar para avançar."
Autoridades financeiras dos países do G7 e G20 devem discutir a questão do alívio da dívida esta semana. Duas fontes familiarizadas com o processo disseram que os detalhes ainda estavam sendo finalizados, mas que esperam que os países do G20 apoiem uma suspensão temporária dos pagamentos da dívida.
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse na semana passada que espera um "amplo aval" da proposta pelo Comitê de Desenvolvimento conjunto de 25 membros do Banco Mundial e do FMI na sexta-feira.
O Banco Mundial e o FMI divulgaram seu primeiro pedido por alívio da dívida em 25 de março.
A iniciativa ganhou apoio significativo na semana passada, incluindo do Papa Francisco e do Instituto de Finanças Internacionais, que representa mais de 450 bancos globais, hedge funds e fundos soberanos.
A proposta pede que a China e outros grandes credores suspendam o pagamento da dívida a partir de 1º de maio para os países da Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), que abrigam um quarto da população mundial e dois terços da população global que vive em extrema pobreza. Com um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de cerca de 2 trilhões de dólares, esses países enfrentam obrigações de serviço da dívida bilateral oficial de 14 bilhões de dólares até o final de 2020, estima o Banco Mundial.
Van Trotsenburg disse que o Banco Mundial já havia aprovado 2,1 bilhões de dólares em financiamento de emergência para 31 países responderem à crise do Covid-19, com a decisão para mais 40 países esperada para este mês.
Ele disse que é crucial que credores comerciais também apoiem o esforço de alívio da dívida para os países mais pobres, que também registraram saídas massivas de capital nos últimos meses e uma queda acentuada em remessas por cidadãos que vivem no exterior.
"Este é um problema global que afeta a todos", disse van Trotsenburg. "Isso significa que toda instituição tem a obrigação de se mobilizar da melhor maneira possível e fazê-lo de forma rápida."
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