ANP vê atraso na entrega de GLP pela Petrobras em 7 Estados; governo aponta preocupação
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As entregas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o chamado gás de cozinha, pela Petrobras estavam atrasadas em sete Estados brasileiros até terça-feira, apontaram dados da agência reguladora ANP nesta sexta-feira, enquanto o governo apontou preocupações com possível desabastecimento.
Os atrasos ocorrem em meio a um aumento da demanda pelo produto nas residências brasileiras, devido ao isolamento social como forma de evitar o novo coronavírus, que simultanemente levou desde março a uma corrida de consumidores às revendas, diante de preocupações com a oferta.
Segundo a autarquia, as vendas do gás de cozinha ficaram estáveis em apenas seis Estados da federação, enquanto avançaram em até 30% nas outras localidades.
O cenário ocorre enquanto a Petrobras está produzindo menos GLP em suas refinarias, devido a queda da demanda por outros derivados, e compensando com importações.
Diante disso, a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senacon) pediu explicações da ANP e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), conforme afirmou em nota nesta sexta-feira.
"A Senacon está preocupada com um possível desabastecimento devido às condições excepcionais de funcionamento da economia no momento atual e da essencialidade do produto, buscando assim alternativas que possam ser pensadas para redução do preço do gás ao consumidor final", afirmou a Senacom.
Até terça-feira, o Estado com a situação mais crítica era o Paraná, com cerca de 30% a 40% de atraso nas entregas da Petrobras, seguido de Minas Gerais, com atrasos de 10% a 20%, e de Amazonas, Pará, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul, onde os atrasos eram de até 10%, informou a ANP.
As entregas eram consideradas avançadas nos Estados Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina, segundo o levantamento.
As informações da autarquia ocorrem apesar de declarações recentes do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, nos últimos dias, de que a empresa tem feito "um esforço extraordinário" importando o produto e que o mercado estaria "normalizado".
Em uma videoconferência na quarta-feira, o presidente da Petrobras afirmou que a empresa estava suprindo o mercado e que não havia expectativas de desabastecimento.
"Em abril estamos importando 350 mil toneladas (de GLP), isso é mais do que o suficiente para, juntamente com a nossa produção, seja do refino ou unidades de processamntpo de gas natural, suprir o mercado brasileiro com sobras. Não há perspectivas de falta de abastecimento", disse ele.
(Por Marta Nogueira)
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