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Fretes de superpetroleiros recuam após disparada, mas podem ter novos saltos

24/04/2020 14h50

Por Roslan Khasawneh

CINGAPURA (Reuters) - Taxas de fretamento de superpetroleiros recuaram nesta semana, diante de uma esfriada na crescente demanda por armazenamento flutuante e por sinais de que a produção de petróleo deve diminuir, embora as taxas possam voltar a subir à medida que a disponibilidade de embarcações caia e com traders tentando se aproveitar dos preços baixos da commodity, disseram fontes.

As taxas tiveram forte alta no início da semana, após o contrato maio do petróleo dos Estados Unidos ter operado na segunda-feira em território negativo --pela primeira vez na história-- antes do vencimento, conforme operadores desesperados pagavam para se livrar dos barris, desencadeando uma disparada na demanda por navios-tanque para armazenamento.

Nos últimos dias, as taxas para navios do tipo VLCC (Very Large Crude Carrier, em inglês) operaram entre 120.000 dólares e 130.000 dólares por dia para um período de afretamento de seis meses, de acordo com fontes.

Antes de o petróleo WTI passar ao campo negativo, as taxas eram de cerca de 85.000 dólares por dia para um período de seis meses, ainda segundo as fontes.

As taxas de navios VLCC em rotas do Oriente Médio para a China estavam em cerca de 9,8 milhões de dólares nesta sexta-feira, abaixo dos 11,5 milhões na quinta-feira, mas acima dos 8,9 milhões da segunda-feira, antes do colapso nos preços do petróleo dos EUA, segundo fontes comerciais.

"Depois de o WTI se recuperar de seu colapso para território negativo, o 'contango' diminuiu consideravelmente e o incentivo para armazenamento também caiu em alguma medida, empurrando as taxas dos navios-tanque um pouco para baixo", disse Ashok Sharma, diretor-administrativo da corretora BRS Baxi em Cingapura.

A diminuição do bombeamento em importantes países produtores também contribuiu para que as taxas recuassem, afirmaram fontes de corretoras.

Apesar dos cortes, no entanto, as taxas para navios-tanque podem voltar a subir em meio ao crescente excesso de oferta de petróleo que pode forçar o armazenamento de mais cargas "sem destino".

"Em uma média global, um VLCC voltaria ao trabalho após 2 ou 3 meses do carregamento. Mas agora, por causa desse cenário para armazenamento flutuante, não temos certeza de quando um VLCC envolvido em um contrato de estocagem poderá voltar ao mercado e se apresentar para recontratação", disse Sharma.