Fiocruz recomenda lockdown no RJ para conter coronavírus; MP pede posição do governo
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um estudo da Fiocruz enviado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro sugeriu a necessidade de endurecer as medidas de isolamento social no Estado para conter o avanço da pandemia de Covid-19, inclusive com a decretação de um lockdown na região metropolitana da capital fluminense, informou o MPRJ nesta quarta-feira.
O MPRJ encaminhou o estudo aos governos do Estado e do município do Rio, que têm discutido desde o fim do mês passado um aperto nas medidas de distanciamento social por conta da onda de novos casos e mortes pelo novo coronavírus. Somente nesta quarta-feira foram confirmados mais 82 óbitos e 904 casos --recordes diários. O Estado tem agora 1.205 mortes confirmadas, 356 em investigação e um total de 13.295 caos.
A aceleração nos números da epidemia ocorre num momento em que há pouquíssimos leitos disponíveis na rede de saúde fluminense, que está próxima de um colapso, de acordo com dados do governo estadual.
Segundo a Fiocruz, não há outro caminho que não seja restringir ainda mais a circulação de pessoas no Rio para evitar um avanço ainda maior da Covid-19.
“A Fiocruz considera urgente a adoção de medidas rígidas de distanciamento social e de ações de lockdown no Estado, em particular na região metropolitana”, disse o documento encaminhado ao MP fluminense.
O chamado lockdown, que significa o fechamento completo de atividades de uma cidade, exceto os serviços essenciais, é o nível mais rígido do distanciamento social. Nesta semana o governo do Maranhão foi o primeiro a decretar a medida no país, sendo seguido por Ceará e Pará.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, reconheceu nesta quarta-feira que o bloqueio total será uma ferramenta importante em locais com situação "muito difícil" do novo coronavírus, na primeira vez em que levantou a hipótese de adoção de lockdown. [nL1N2CO255]
O MPRJ disse que espera receber ainda nesta semana uma plano detalhado sobre a possibilidade de lockdown por parte dos governos estadual e municipal do Rio.
Na capital, o atual decreto de quarentena tem validade até 15 de maio, e no Estado as medidas de isolamento têm duração até 11 de maio.
O estudo da Fiocruz afirma que é imprescindível um planejamento “prévio e célere para qualquer medida de encrudescimento do isolamento social, levando em consideração não só diretrizes como de saúde pública, vigilância epidemiológica e assistência social, como também a realidade do Rio de Janeiro”, ressaltou o MPRJ.
Médicos e especialistas que fazem parte de um conselho consultivo que ajuda o governo fluminense na formulação de políticas já sugeriram essa semana a necessidade de um lockdown
“É o caminho para controlar a curva da doença no Rio de Janeiro. Outros países fizeram isso e deu certo na pandemia”, disse a jornalistas o infectologista Roberto Medronho, que faz parte do grupo.
Nesta quarta-feira, a prefeitura do Rio anunciou a implantação de um chamado lockdown parcial no bairro de Campo Grande, na zona oeste, devido à baixa taxa de adesão ao isolamento.
(Por Rodrigo Viga Gaier; Edição de Pedro Fonseca)
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