Dólar zera alta após leilão do BC, mas segue instável com incertezas locais
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar zerou a alta e operava entre leve queda e estabilidade ante o real nesta terça-feira, após o Banco Central anunciar leilão de até 500 milhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional, colocando todo o lote ofertado.
Mais cedo, a moeda já havia chegado a negociar em queda. O vaivém nos preços evidenciava mais um dia de volatilidade no pregão, em meio a atenções ao banco central dos Estados Unidos.
Às 13:19, o dólar recuava 0,13%, a 5,7150 reais na venda. A cotação oscilou entre alta de 0,75% (a 5,7653 reais) e queda de 0,69% (5,683 reais). Na B3, o dólar futuro cedia 0,20%, a 5,7145 reais.
As operações domésticas falhavam em captar o bom humor dos mercados externos, ainda embalados por esperanças de progressos em estudos para vacinas contra o Covid-19 e de reabertura de economias em Estados nos EUA e em outros países.
Dólar australiano, peso mexicano, lira turca e rand sul-africano --moedas que se beneficiam de melhora no apetite por risco-- registravam ganhos mais acentuados contra o dólar norte-americano.
Analistas têm citado que a falta de perspectiva sobre o fim da pandemia no Brasil tem pressionado os mercados domésticos.
E "ainda há preocupação com uma segunda onda de contágio da doença em países que estão em processo de abertura da economia", disse em nota a XP Investimentos.
Por causa da pandemia, São Paulo aprovou projeto de lei que autoriza antecipar feriados no município como medida de desacelerar o contágio do Covid-19. Perguntado sobre se a bolsa de valores poderá funcionar nos dias de feriado antecipado, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) disse, em entrevista à CNN Brasil, que "qualquer atividade que está liberada, decretada como essencial, pode funcionar, desde que pague o seu funcionário com isso". "Não é lockdown, é feriado municipal", completou.
O Banco Central divulgou comunicado no qual diz que o feriado de Corpus Christi para efeitos de operações praticadas no mercado financeiro ocorrerá 11 de junho de 2020.
Instituições financeiras brasileiras, entre elas os maiores bancos do país e a B3, afirmaram que receberam com "grande preocupação" o projeto de lei e pediram em carta que os órgãos integrantes do sistema financeiro nacional fiquem fora dos efeitos da antecipação dos feriados.
Enquanto isso, investidores seguiam atentos à trama política local, à espera da decisão de Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o levantamento de sigilo de vídeo que poderia comprometer o presidente Jair Bolsonaro.
Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset, disse à Reuters que "os riscos político e econômico trazem volatilidade".
"Não conseguimos traçar uma tendência clara para a moeda", uma vez que o noticiário e o apetite por risco global oscila a cada dia, completou, dizendo que vê pressão de alta no dólar no curto prazo.
Nos EUA, o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, falam ao Comitê Bancário do Senado norte-americano. As declarações que Powell já foram divulgadas na véspera.
(Edição de José de Castro)
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