Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA têm alta inesperada; recuperação do mercado de trabalho estanca
Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - O número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego aumentou de forma inesperada na semana passada pela primeira vez em quase quatro meses, sugerindo que a recuperação do mercado de trabalho está estagnando em meio ao aumento dos casos de Covid-19 e à demanda fraca.
O relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego do Departamento do Trabalho divulgado nesta quinta-feira, que trouxe os mais recentes dados sobre a saúde da economia, também mostrou que quase 32 milhões de pessoas estavam recebendo cheques de auxílio na primeira semana de julho.
A fraqueza do mercado de trabalho joga pressão sobre o Congresso dos Estados Unidos para que prolongue um complemento semanal de benefícios de desemprego de 600 dólares, que expira em 31 de julho.
"Não há recuperação gradual ou irregular para o mercado de trabalho", disse Chris Rupkey, economista-chefe do MUFG em Nova York.
"As autoridades de política de Washington que procuram sinais de que o estímulo adicional é necessário podem julgar por si próprios, com milhões e milhões de trabalhadores desempregados recebendo benefícios de desemprego. A economia não pode continuar por muito tempo se tiver que carregar quase 32 milhões de trabalhadores desempregados."
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 109 mil, para 1,416 milhão em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 18 de julho, disse o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
Foi o primeiro aumento nos pedidos desde a semana encerrada em 28 de março, quando as solicitações alcançaram um recorde de 6,867 milhões, conforme empresas não essenciais foram fechadas para reduzir a disseminação do coronavírus.
Economistas consultados pela Reuters projetavam 1,30 milhão de pedidos na última semana.
Os dados de pedidos da semana passada cobriram o período durante o qual o governo pesquisou empresas para o relatório de emprego de julho do governo.
Economistas projetam redução do aumento de vagas neste mês, após criação líquida histórica de 4,8 milhões em junho.
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