Fed deve elevar projeções econômicas e ampliar promessa de manter juros baixos
O Federal Reserve deve encerrar sua reunião de política monetária nesta quarta-feira com projeções um pouco melhores para a economia, mas com uma promessa renovada de manter a taxa de juros baixa enquanto os Estados Unidos precisarem se recuperar de sua pior recessão em décadas.
O encontro de dois dias é o primeiro do Fed sob uma estrutura recém-adotada que promete lançar a inflação para o patamar acima de 2% para compensar períodos, como o atual, em que está abaixo da meta. A estratégia significa que a autoridade monetária não tirará o pé do acelerador, mesmo se o desemprego continuar a cair em um ritmo mais rápido do que o esperado.
As autoridades do Fed não parecem prontas para traduzir essa estrutura em uma promessa explícita de manter a taxa de juros de curto prazo em seu intervalo atual de 0% a 0,25% até que certas referências econômicas - digamos, 2,5% de inflação - sejam cumpridas.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) vai divulgar seu comunicado de política monetária e um resumo das novas projeções econômicas às 15h (horário de Brasília). O chair do Fed, Jerome Powell, dará entrevista à imprensa meia hora depois.
"Esperamos que o Comitê adote esse tipo de orientação futura baseada em resultados até o fim do ano", escreveu o economista-chefe para os EUA do Nomura, Lewis Alexander.
Mas o Fed provavelmente encerrará essa reunião com outros sinais de seu compromisso de longo prazo com uma política monetária frouxa, disseram Alexander e outros analistas.
Isso pode incluir a incorporação em sua declaração pós-reunião de sua nova meta de inflação "média" de 2%, bem como novas projeções trimestrais mostrando que a maioria, senão todos, os formuladores de política monetária do Fed não enxergam necessidade de aumentar a taxa de juros até pelo menos 2023.
O Fed também pode se inclinar pra seu programa de compra de títulos como um meio de apoiar a recuperação dos Estados Unidos da recessão causada pela pandemia do coronavírus, em vez de apenas fornecer liquidez aos frágeis mercados financeiros. Tal mudança reforçaria as expectativas de uma política frouxa e contínua, sem realmente reforçar as compras.
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