Petrobras tem prejuízo de R$1,5 bi no 3º tri com adesão a anistias tributárias
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras reportou um inesperado prejuízo líquido de 1,5 bilhão de reais no terceiro trimestre, em resultado afetado por itens não recorrentes, como adesão a programa de anistia tributária, informou a petroleira nesta quarta-feira.
Pela projeção da Refinitiv, a Petrobras deveria ter tido lucro de 736 milhões de reais no período.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação ajustado (Ebitda, na sigla em inglês) somou 33,4 bilhões de reais, versus 32,6 bilhões no mesmo período do ano passado.
"Destacamos a aprovação da adesão aos programas de anistia tributária afetando tanto o lucro líquido quanto o Ebitda ajustado, e o prêmio pago na recompra de títulos, que afetou apenas o lucro líquido", disse a estatal.
Excluindo os itens não recorrentes, "teríamos um lucro líquido de 3,2 bilhões de reais", acrescentou a empresa. No mesmo período do ano passado, a empresa lucrou cerca de 9 bilhões de reais.
Segundo a Petrobras, os ganhos com maiores volumes de vendas de petróleo e derivados e maiores preços do Brent foram mais do que compensados por despesas financeiras.
Na semana passada, a Petrobras havia informado aumento na produção do terceiro trimestre e uma melhora no mercado de derivados.
A Petrobras informou no início de outubro que concordou em pagar 1,9 bilhão de reais para encerrar contingências de 3,9 bilhões com os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, o que pesou nos resultados.
Além disso, a empresa também registrou maiores despesas de prospecção, principalmente decorrente de baixa do bônus de assinatura do bloco de Peroba.
Nos primeiros nove meses do ano, o fluxo de caixa livre atingiu 16,4 bilhões de dólares.
"O forte desempenho permitiu reduzir nossa dívida bruta de 87,1 bilhões de dólares, em 30 de dezembro de 2019, para 79,6 bilhões de dólares, em 30 de setembro de 2020", afirmou.
"Este valor está abaixo da nossa meta anterior de manutenção do mesmo nível de dívida do último ano, dado o cenário hostil", afirmou.
Mais cedo nesta quarta-feira, a Petrobras informou que seu conselho de administração aprovou uma revisão da política de remuneração aos acionistas com o objetivo de permitir que a administração da estatal proponha pagamento de dividendos mesmo em exercícios em que não for apurado lucro contábil.
(Por Gram Slattery e Sabrina Valle)
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