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Sem citar apoio do governo, Lira lança candidatura à Presidência da Câmara com exaltação a partidos de centro

09/12/2020 16h55

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O líder do PP na Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), lançou nesta quarta-feira sua candidatura à Presidência da Casa e, durante ato que contou com a presença de lideranças de oito partidos, exaltou o que considera "força moderadora" das legendas de centro, mas não citou o apoio que tem recebido nos bastidores do governo do presidente Jair Bolsonaro.

"Os partidos de centro são a força moderadora, o que evita os extremos, é o que sempre tocam a pauta desta Casa", afirmou.

A candidatura de Lira foi lançada em um ato em Brasília que contou com a presença de lideranças do PL, PSD, Avante, Patriotas, Solidariedade, PROS, PSC e PP. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), disse que outros partidos vão em breve apoiar a candidatura de Lira, citando o PTB.

No pronunciamento, Lira não fez qualquer menção ao governo diretamente. Defendeu o diálogo e respeito à minoria e à oposição, mas destacou que no sistema democrático é a maioria que deve ser soberana nas pautas que serão levadas à discussão e votação.

O líder do PP prometeu que as relatorias de propostas serão entregues conforme o tamanho das bancadas na Câmara. Cabe ao presidente da Câmara, por exemplo, escolher o relator de medidas provisórias que chegam à Casa. "Quem não cumpre acordo não gera tranquilidade, prosperidade legislativa", afirmou.

Sem dar detalhes, o líder do PP disse que há várias reformas para discutir e, numa referência à crise decorrente da pandemia de Covid-19, afirmou que é preciso tratar das questões sanitária e social. Citou que é preciso manter o auxílio emergencial -- que se encerra no final deste mês -- dentro do teto de gastos.

As discussões em torno da sucessão para o comando da Câmara foram antecipadas após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido que o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e também o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não podem se candidatar à reeleição em fevereiro do próximo ano.

Vetado de concorrer, Maia tem trabalhado por uma candidatura alternativa e de contraponto a Arthur Lira, a quem tenta impingir a pecha de candidato do governo.